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Jereissati critica otimismo do governo e Mantega rebate

Por Renata Veríssimo
Atualização:

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) criticou hoje o excesso de otimismo do governo. Ao participar de debate no 4º Encontro Nacional da Indústria, ao lado do ministro da Fazenda, Guido Mantega, o senador afirmou que o Brasil está perdendo competitividade na área empresarial, o que já está se refletindo nas exportações. Segundo ele, há uma carência na área de infraestrutura e, em mais dois anos de crescimento, o País terá um apagão portuário. "Não podemos nos enganar com esse discurso ufanista, com esse discurso otimista no sentido de que ''ninguém segura este País''. Temos potencial e é uma oportunidade única para tentarmos resolver estes problemas", afirmou o senador, bastante aplaudido pelos representantes da indústria.O ministro Guido Mantega rebateu as críticas de Jereissati reafirmando os grandes números da economia. "O que houve não foi um milagre. Foi fruto de um trabalho", disse. Segundo Mantega, o País teve avanços inegáveis, o que permitiu uma mudança de patamar. O ministro destacou ainda que a indústria ajudou na expansão da economia durante a crise econômica, o que foi possível porque "o Brasil tem uma política industrial". Segundo ele, há indústrias investindo no exterior e comprando fábricas lá fora, o que é fruto da robustez da economia brasileira. "Não podemos fechar os olhos para as conquistas que tivemos e não vamos negar os desafios", afirmou. Não ver esses fatos, para o ministro, seria afirmar que a visão otimista do mundo em relação ao Brasil é uma ficção. PIBMantega reafirmou ainda sua expectativa de que o Brasil terá o quinto Produto Interno Bruto (PIB) mundial nos próximos anos e que o governo não permitirá a chamada doença holandesa e o enfraquecimento da indústria. "Há desequilíbrios cambiais no mundo, mas não vamos deixar afetar a indústria nacional", afirmou.Durante o debate, Jereissati disse ainda que o petróleo na camada do pré-sal é uma riqueza tão grande que não se pode resolver a questão no Congresso em quatro meses. Ele defendeu a necessidade de discutir a política de exploração do pré-sal com a sociedade. Jereissati afirmou ainda que a proposta, da forma como está, prevê uma política industrial somente do setor de petróleo - e quem não for da área vai quebrar. Segundo ele, a Petrobras já recebeu este ano R$ 25 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e terá que "receber muito mais". "E o resto da indústria brasileira, não tem importância nenhuma?", indagou. O senador defendeu uma discussão do projeto com calma, nos próximos dois anos, para que se faça realmente uma política industrial.

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