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Jerome Powell assume o Fed e diz que manterá 'vigilância'

Na posse, substituto de Janet Yellem, 1.º presidente do BC americano sem formação econômica, enfatizou a independência da instituição

Por Agências internacionais
Atualização:

WASHINGTON - Jerome H. Powell, de 64 anos, tomou posse ontem como presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), substituindo Janet Yellen. “Hoje, a economia está crescendo, o desemprego e a inflação estão baixos. Continuaremos a apoiar o crescimento da economia e a estabilidade dos preços”, disse Powell em discurso gravado e postado na página oficial da instituição.

Na cerimônia de posse, o novo líder do Fed declarou que o sistema financeiro dos EUA está “muito mais forte e resiliente” do que antes da crise de 2008 e garantiu que a instituição “permanecerá vigilante” e preparada para responder aos riscos que surgirem.

Jerome Powell enfatiza que 'tradição apartidária' do banco central americano será mantida Foto: Saul Loeb/France Presse

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Powell também enfatizou que o Fed se manterá uma instituição independente. “Nossa tradição não partidária torna nossas decisões objetivas e baseadas nas melhores evidências disponíveis. Servirei com objetividade, independência e integridade.” O discurso foi anterior ao fechamento das bolsas, que registraram uma queda generalizada ontem. 

Ele trabalhou no setor bancário de investimentos, como advogado e no governo, como subsecretário no Departamento do Tesouro. Powell será também um dos indivíduos mais ricos a comandar o Fed, graças aos anos em que atuou na área de private equity. Mas será o primeiro presidente da instituição em mais de quatro décadas a não ter um diploma em Economia. Nasceu em Washington, filho de um advogado. Estudou política na Universidade de Princeton e formou-se em Direito na Universidade Georgetown, onde foi editor-chefe do Georgetown Law Journal.

Depois de trabalhar alguns anos como advogado, iniciou uma nova carreira como banqueiro de investimentos, na Dillon, Read and Company, em Nova York. Enriqueceu trabalhando na área financeira. Em 1990, no primeiro mandato de George Bush, mudou-se para Washington para servir como subsecretário de Finanças no Departamento do Tesouro. Depois que Bill Clinton assumiu em 1993, Powell passou a trabalhar no Bankers Trust. Em 1997, se associou ao Carlyle Group, empresa de gestão de patrimônio, quando então fez fortuna: segundo declaração de renda de 2016, seu patrimônio era avaliado em US$ 55 milhões. 

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Republicano, é uma voz de centro nos debates internos do Fed, levantando com frequência suas preocupações em conversas privadas e não em discursos públicos. Votou a favor de todas as decisões políticas desde que ingressou na instituição, incluindo quatro aumentos de juros, e apoiou decisão do Fed de anular o programa de compra de títulos instituído durante e depois da crise financeira de 2008. Em setembro de 2012, quando Ben S. Bernanke, presidente do Fed na época, anunciou uma terceira rodada de compra de títulos, Powell exigiu um esclarecimento sobre as metas da instituição, estabelecendo o que chamou de “rampa de acesso” para o programa.

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Miscelânea. Em junho, Powell fez um relato detalhado de suas ideias sobre a regulamentação financeira para o Comitê Bancário do Senado. Afirmou que apoia os esforços para robustecer os regulamentos desde a crise de 2008, mas que a vida sob as novas regras mostrou oportunidades de melhora. 

O novo presidente do Fed mostrou disposição em buscar um consenso político para encontrar soluções para os problemas. Em 2005, deixou o Carlyle para se concentrar em políticas públicas, como estudioso do Bipartisan Policy Center. Trabalhou por trás dos bastidores para persuadir os republicanos a elevarem o teto da dívida – iniciativa que chamou a atenção do governo Obama e resultou na sua primeira indicação para o Fed. / AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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