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Jovens são 20% da mão-de-obra ocupada e 45% dos desempregados

Os dados foram divulgados nesta quarta pelo Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese)

Por Agencia Estado
Atualização:

Os jovens entre 16 e 24 anos representaram 45,5% do total da mão-de-obra desempregada em 2005, somando 1,4 milhão de pessoas, segundo pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), com base em dados do Distrito Federal e das regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador e São Paulo. Já os jovens ocupados somavam 3,2 milhões, o que significa 20,7% do total de empregados. De acordo com o estudo, a população jovem somava 6,5 milhões de pessoas em 2005, correspondendo a 23,8% da população acima de 16 anos residentes nestas áreas. Deste total, 4,6 milhões fazem parte da força de trabalho local. Eles correspondem a 25% da população economicamente ativa das áreas pesquisadas. Na avaliação do Dieese, a taxa de participação dos jovens foi bastante elevada e muito próxima da taxa das pessoas com 25 anos ou mais, embora os percentuais se diferenciassem nas regiões pesquisadas, com maior engajamento dos jovens nas áreas com um mercado de trabalho mais dinâmico. Assim, em São Paulo, Belo Horizonte e Distrito Federal, a população jovem apresentou maior participação no mercado de trabalho, correspondendo a parcelas superiores àquelas registradas para o total da população com 25 anos e mais. Já em Recife e Salvador, a situação foi inversa, ou seja, os jovens participaram relativamente menos no mercado de trabalho, com relação ao total da população com 25 anos e mais. A pesquisa elaborou um perfil geral do jovem ocupado, que é normalmente do sexo masculino, possui ensino médio completo, tem dificuldade de conciliar trabalho e estudo, desenvolve suas atividades no setor de serviços, cumpre uma extensa jornada de trabalho (acima de 39 horas em todas as regiões analisadas), é assalariado e tem carteira de trabalho assinada. O rendimento situa-se entre um e dois salários mínimos. O Dieese afirmou, no entanto, que "é nítida a desigualdade de oportunidades ocupacionais quando se leva em consideração o grupo de renda familiar a que pertence esse jovem ocupado. Notadamente, a realidade ocupacional dos jovens oriundos das famílias mais pobres situa-se muito aquém desse perfil, uma vez que a grande maioria apenas trabalha e não estuda, possui o ensino fundamental incompleto e recebe rendimentos médios inferiores a um salário mínimo". A pesquisa concluiu ainda que a influência da condição de renda da família sobre o perfil ocupacional dos jovens é clara e, a partir dessa constatação, afirmou que "é importante a elaboração de políticas públicas que, de um lado, promovam uma melhor distribuição da renda no País e, de outro, busquem o desejável equilíbrio entre a formação escolar e profissional e a inserção do jovem no mercado de trabalho".

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