PUBLICIDADE

Publicidade

JP Morgan compra Bear Stearns e Fed abre empréstimos

Por MARTIN HOWELL
Atualização:

O JP Morgan Chase fechou um acordo para comprar o rival Bear Stearns a um preço irrisório, enquanto o Federal Reserve ampliou os empréstimos ao mercado pela primeira vez desde a Grande Depressão. O noticiário é o maior sinal até agora de quão devastadora é a crise de crédito para Wall Street e jogou o dólar ao patamar mínimo histórico frente ao euro, derrubou as ações na em todo o mundo e impulsionou o ouro. O Fed também anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de redesconto e concordou em financiar até 30 bilhões de dólares dos ativos do Bear Stearns, ao mesmo tempo em que o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, sustentou que o governo está preparado para "fazer o que for preciso" para manter a estabilidade no sistema financeiro. "O medo é de quantos esqueletos ainda estão no armário nos mercados globais de crédito", afirmou David Cohen, economista do Action Economics, em Cingapura. Diante de uma economia que já pode estar em recessão, a expectativa é de que o Fed tome mais uma ação nesta terça-feira com um corte da taxa básica de juro de até 1,25 ponto percentual. Até agora, o banco central norte-americano já cortou o juro básico em 2,25 pontos, para 3,0 por cento. A última decisão do Fed, no final de semana, foi vista como uma tentativa de evitar que outros sofram o mesmo destino do Bear Stearns, quinto maior banco de investimento dos EUA. O JP Morgan está pagando apenas 2 dólares por ação do Bear, ou um total de 236 milhões de dólares. O preço é um quinze avos da cotação de sexta-feira e muito distante do preço recorde de 172,61 dólares alcançado no ano passado. "É assustador o que isso indica sobre o valor dos ativos financeiros", disse Emanuel Weintraub, diretor-gerente do Integre Advisors. "APOCALYPSE NOW" Bear Stearns, que tem mais de 14 mil funcionários, negocia derivativos com diversos bancos globalmente. Se falir, seus parceiros podem ter grandes perdas e parar de emprestar --paralisando o sistema financeiro global. "Não seria apenas problema do Bear, seria um problema de todos", comentou Marino Marin, um banqueiro de investimentos do Gruppo, Levey & Co, que já reestruturou bancos. "Seria o apocalipse." Foi por isso que as autoridades monetárias se mexeram no domingo. O Fed cortou a taxa de redesconto para 3,25 por cento e divulgou um novo programa de empréstimos para os dealers primários. "Momentos desesperados exigem medidas desesperadas. O Federal Reserve está fazendo o que pode para restabelecer a estabilidade", disse Craig James, economista-chefe para ações do CommSec, em Sydney. A expectativa é de que o JP Morgan feche o negócio com o Bear Stearns até o final do segundo trimestre. O banco já conseguiu a aprovação inicial do Fed e de outros reguladores federais.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.