O estrategista-chefe de bolsas para mercados emergentes do banco JP Morgan, Carlos Asilis, disse que há grandes chances de elevar a recomendação para o Brasil no portfólio de ações já no início do segundo trimestre. Atualmente, a bolsa brasileira tem recomendação "market neutral" (posição neutra) no portfólio do JP Morgan, enquanto a bolsa mexicana é o mercado favorito para a América Latina com a recomendação "overweight" acima da média do mercado). "A Bovespa registrou nas últimas semanas uma boa recuperação. Vou esperar algumas semanas para fazer uma mudança de recomendação porque prefiro confirmar a tendência de alguns fundamentos", disse Asilis à Agência Estado. Entre os fundamentos, estão as estimativas de crescimento do PIB dos Estados Unidos e também o nível de fluxo de capital estrangeiro para os mercados emergentes. Asilis espera um consenso positivo do mercado em relação ao crescimento da economia norte-americana nas próximas duas semanas. "Também espero um aumento no volume de fluxo de recursos para os mercados emergentes nas próximas semanas, sendo o México o país mais beneficiado com a atração desses recursos no curtíssimo prazo", afirmou. Eleições Asilis citou dois fatores específicos que darão à Bovespa um empurrão maior em termos de desempenho, influenciando na melhora da recomendação. "Os resultados das últimas pesquisas eleitorais, com o crescimento dos candidatos de governo ou percebidos como apoiados pelo governo, foram positivos e agradaram os mercados. Se as próximas pesquisas confirmarem essa tendência, os investidores de bolsa receberão mais um incentivo", disse. Outro fator é uma esperada estabilização da situação na Argentina. "Não espero necessariamente uma melhora, mas uma estabilização. E um possível acordo entre a Argentina e o Fundo Monetário Internacional (FMI) nas próximas seis semanas poderá ser bastante positivo para o Brasil", afirmou. Asilis preferiu não revelar a meta para a Bovespa, uma vez que está em processo de revisão dos números e do potencial de alta da bolsa brasileira. Ele informou que poderá rebaixar a recomendação para a bolsa mexicana, mas em razão de o desempenho do México no acumulado deste ano já ter sido bastante elevado. No geral, Asilis acredita que as bolsas de países emergentes vão superar em termos de valorização o desempenho das bolsas de países desenvolvidos neste ano. "A alta dos mercados acionários de países emergentes no acumulado de 2002 nos leva crer nisso", afirmou.