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JP Morgan vê aumento de spreads da dívida de emergentes

Por WALTER BRANDIMARTE
Atualização:

O JP Morgan aumentou nesta quinta-feira a previsão de final de ano para spreads dos papéis da dívida de mercados emergentes, acrescentando que a aversão de investidores a ativos de risco pode aumentar "consideravelmente" no curto prazo como resultado da turbulência global do crédito. O banco espera que o índice global de títulos de mercado emergente, ou EMBIGlobal, termine o ano em 185 pontos básicos sobre as notas do Tesouro norte-americano, acima de sua estimativa anterior de 150 pontos básicos. O EMBIGlobal é negociado por volta de 220 pontos básicos, o que significa que mercados emergentes precisam pagar, em média, um prêmio de 2,2 pontos percentuais sobre os rendimentos dos Treasuries quando pegam dinheiro emprestado nos mercados internacionais. Mas os spreads podem ser ampliados ainda mais à medida que uma crise global do crédito, originada no mercado imobiliário de alto risco norte-americano, está evoluindo, disse o banco em um relatório. "Os fundamentos dos mercados emergentes estão fortes o suficiente para aliviar a atual correção técnica, mas os spreads podem se ampliar consideravelmente a princípio, baseados nas considerações do JP Morgan sobre os mercados de crédito dos EUA", disseram os analistas Joyce Chang e Luis Oganes no relatório. "É muito cedo para assegurar que não há mais grandes perdas no sistema financeiro causadas pelo rápido alargamento dos spreads e a fraqueza das CDOs e CLOs (obrigações colateralizadas de dívida e empréstimo)", acrescentaram os analistas. Apesar de dizer que os mercados de dívida emergente provavelmente permanecerão correlacionados a Wall Street, particularmente ao índice Dow Jones, o JP Morgan alertou que "há risco de que as ações ainda tenham que se corrigir mais". Como resultado, o banco informou que permanece neutro em sua carteira de investimentos, mantendo posições de peso em exportadores de commodities como Brasil, Rússia, Venezuela e Catar. Apesar de recentes saídas de capitais, o JP Morgan manteve sua previsão de 25 bilhões de dólares de entrada de dinheiro em mercados emergentes neste ano, semelhante aos níveis de 2006.

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