
29 de junho de 2015 | 12h30
Demonstrando irritação e decepção com a postura do governo de Tsipras, Juncker se disse "traído" pela iniciativa do primeiro-ministro de encerrar as negociações na sexta-feira e convocar o plebiscito sobre o novo plano de austeridade fiscal, avaliado em € 7,6 bilhões, que vinha sendo exigido pelos credores internacionais da Grécia - a própria Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em resposta a Tsipras, que pregou um voto pelo "Não", Juncker exortou os gregos a votarem pelo "Sim". "Chegou a hora do povo grego tomar as rédeas de seu destino", afirmou Juncker. "Eu pedirei ao povo grego que vote 'Sim'."
De acordo com o presidente da Comissão, só o voto a favor do pacote de austeridade indicará o desejo da população grega de se manter parte da União Europeia. "Se o povo grego votar 'Sim', a mensagem quererá dizer que a Grécia quer permanecer na zona do euro", afirmou. "Um não será desastroso para a sequência dos acontecimentos. Todo o planeta considerará que um 'Não' significará que a Grécia quer distância da Europa. Um 'Não' quererá dizer que a Grécia diz 'Não' à Europa."
Juncker acusou ainda o governo de Tsipras de insultar seus credores e os dirigentes europeus, promover ameaças e estimular polêmicas em meio às negociações, que foram interrompidas por iniciativa de Atenas. Minutos depois de seu pronunciamento, o porta-voz do governo da Grécia, Gabriel Sakellaridis, veio a público via Twitter para rebater o presidente da Comissão Europeia. "O índice necessário de boa fé e credibilidade em uma negociação é a sinceridade", alfinetou, dando a entender que Juncker mentira.
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