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Juro alto desacelera crédito ao consumidor

Em junho, crescimento foi de 2,1%. Demanda foi puxada pelas empresas, com crescimento de 3,3%

Por Fernando Nakagawa e da Agência Estado
Atualização:

Apesar da alta dos juros, a demanda por crédito continua crescendo, principalmente entre as empresas. Em junho, de acordo com dados do banco Central (BC), as operações de crédito do sistema financeiro apresentaram expansão de 2,1% na comparação com maio. Com a variação, o estoques dessas operações aumentou R$ 1,044 trilhão, em maio, para R$ 1,067 trilhão, em junho.   Segundo o BC, o aumento do volume de empréstimos no mês passado reflete "o desempenho expressivo dos financiamentos para as pessoas jurídicas, ao mesmo tempo em que os empréstimos para pessoas físicas vêm sinalizando tendência de desaceleração", diz trecho da nota divulgada pela instituição. Segundo o BC, no período, o volume de crédito para as empresas cresceu 3,3%, na comparação com maio, enquanto as operações para as famílias tiveram expansão de 0,7%.   No acumulado de 12 meses até junho, os empréstimos computam expansão de 33,4%. Ainda de acordo com o BC, a carteira de crédito do sistema financeiro em junho correspondia a 36,5% do PIB. Em maio, esse percentual era de 36,3% e em junho de 2007, de 32%.   Taxas de juros   Em relação às taxas de juros, no conjunto de todas as operações livres - em que não há destinação específica para os recursos, a taxa média subiu de 37,6% em maio para 38% ao ano em junho. Com esse aumento, o juro subiu para o maior patamar desde abril de 2007, quando estava em 38,1%. Em 12 meses até junho, o juro acumula aumento de 1,3 ponto porcentual.   O aumento das taxas ocorreu pelo comportamento dos empréstimos para as pessoas físicas. Nessas operações, a taxa passou de 47,4% para 49,1% anuais entre os dois meses e atingiu o mesmo patamar de abril de 2007, quando também estava em 49,1%. Em 12 meses, essas operações acumulam aumento da taxa de 1,3 ponto porcentual.   Nas operações para as empresas, o juro seguiu tendência contrária e houve redução de 26,9% para 26,6% ao ano. Mas no acumulado em 12 meses, a tendência também é de alta e o juro subiu 2,9 pontos no período.   Já o spread bancário - diferença entre a taxa de captação dos bancos e empréstimo - nas mesmas operações permaneceu em 24,5 pontos porcentuais em junho, igual patamar de maio. O comportamento nos diferentes empréstimos, no entanto, foi distinto. Nas operações para as famílias, houve aumento do spread de 1,2 ponto, de 33,5 pontos para 34,7 pontos entre maio e junho. Inadimplência   A taxa de inadimplência nas operações de crédito do sistema financeiro caiu de 4,3% em maio para 4% em junho. Em 12 meses até junho, a parcela dos empréstimos com atraso superior a 90 dias acumula redução de 0,7 ponto porcentual.   Já nas operações para as pessoas físicas, a inadimplência caiu de 7,4% para 7% entre maio e junho. No acumulado em 12 meses, a redução é menor, de apenas 0,1 ponto. Nas operações voltadas às empresas, o porcentual de parcelas em atraso caiu de 1,8% para 1,7% entre os dois meses. Em 12 meses, a redução acumula 0,8 ponto porcentual até junho.   Dinheiro em circulação   A base monetária teve contração de 1,2% na média dos saldos diários de junho, na comparação com maio, segundo informou o Banco Central. A contração ocorrida no mês passado é a primeira desde março de 2008. Com a variação ocorrida em junho, o saldo da base monetária (papel moeda emitido mais reservas bancárias) caiu de R$ 132,658 bilhões em maio para R$ 131,067 bilhões em junho. No acumulado em 12 meses até junho, a base monetária, pelo conceito de média, teve expansão de 15,8%.   No conceito de ponta, que leva em conta o final do período, a base monetária teve retração de 0,3% em junho ante maio. Com essa variação, o montante passou de R$ 133,159 bilhões em maio para R$ 132,793 bilhões em junho. No acumulado de 12 meses até junho, a base monetária, no conceito de ponta, teve expansão de 14,9%.

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