O presidente da Fecomércio-SP, Abram Szajman, rejeitou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os empresários coloquem "a mão no bolso" e voltem a investir no País. "Não há investimento possível com essa taxa de juros", disse. "Muito menos abrir o bolso." Ele ponderou que não são os empresários que têm pressa na redução dos juros, mas o País. Szajman discordou do presidente de que o cenário econômico já aponta para a recuperação das vendas. "A esperança média dos empresrio é de que o Natal deste ano feche igual ao de 2002, ou ainda com vendas menores", afirmou. Além dos juros altos, a expressiva queda da renda dos consumidores impede a reativação do comércio, de acordo com ele. Ele acredita que a disposição dos empresários para investir será menor ainda se o projeto de reforma tributária incluir a tese da progressividade dos impostos. No texto básico aprovado pela Câmara dos Deputados, o imposto progressivo será cobrado para a transmissão de heranças ou doações. "Essa proposta abre a brecha para outras cobranças", afirmou Szajman. Ele citou, como exemplo, a tentativa da Prefeitura de São Paulo de cobrir IPTU progressivo na cidade, que foi barrada pela Justiça que considerou a proposta inconstitucional. "Com certeza, a progressividade, se aprovada no texto final da reforma constitucional, será usada pelos governantes", disse. O presidente da Fecomércio-SP acredita que o imposto progressivo sobre heranças fará com que muitos empresários busquem alternativas. "Muitos investimentos serão transferidos para outro País", disse. "As pessoas vão tentar fugir."