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Juro alto sustenta forte fluxo de dólares ao País

Por Fernando Nakagawa
Atualização:

A despeito da turbulência no mercado internacional, o fluxo cambial continua forte como nunca no Brasil. Nas duas primeiras semanas do mês, entraram mais dólares no País do que em igual período de abril de 2007, quando a crise imobiliária ainda não abalava os mercados. O aumento ocorreu até nos investimentos financeiros, que são os mais vulneráveis ao nervosismo do mercado. Especialistas explicam o resultado com a elevação do diferencial de juro entre as taxas praticadas no Brasil e nos Estados Unidos. A situação favorável ao capital estrangeiro deve se acentuar a partir de hoje, com a esperada alta da taxa Selic. Atualmente, o Brasil paga juros de 11,25% anuais e os EUA têm taxa de 2,25%. O diferencial, portanto, é de 9 pontos porcentuais a favor do investimento no Brasil. Há um ano, em abril de 2007, a Selic estava em 12,75% e o juro básico americano estava em 5,25%. A diferença, na época, de 7,50 pontos era menor do que a verificada agora. Mais um aumento desse diferencial, que pode ocorrer caso a Selic suba hoje, torna o investimento no Brasil ainda mais atrativo. "A queda das taxas nos EUA e a expectativa de aumento do juro no Brasil geram um tremendo atrativo para o investidor estrangeiro, que continua ingressando no País", diz o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "Não conheço nenhum país do mundo com o mesmo nível de risco do Brasil que pague juros tão altos como o nosso", reforça o gerente de câmbio da Fair Corretora, Mário Battistel. Na avaliação dos economistas, o dinheiro estrangeiro que ingressa de olho no investimento financeiro tem sido destinado aos títulos da dívida - que são diretamente afetados pela perspectiva de aumento do juro - e à Bolsa de Valores de São Paulo - que continua atrativa diante da aposta de que a economia brasileira deve se manter em crescimento.

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