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Juro americano cai para 2,25% e Fed sinaliza novas reduções

É o patamar mais baixo dos últimos três anos. Desde meados de setembro, Fed já cortou o juro em 3 pontos

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Por Redação
Atualização:

O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) reduziu o juro básico do País em 0,75 ponto porcentual, para 2,25 % ao ano. É o patamar mais baixo dos últimos três anos. O mercado financeiro esperava um corte maior, de 1 ponto porcentual, principalmente depois que o Fed reduziu a taxa de redesconto - juro para bancos em operações junto ao BC - no final de semana para ajudar as instituições que estão com problemas financeiros. Apesar de ser menor do que o esperado, com a decisão de hoje, o Fed dá mais um sinal de que usará todas as suas ferramentas para amenizar os efeitos da crise no setor bancário norte-americano. Além disso, o comunicado do Fed deixou claro que novas reduções de juros poderão ser anunciadas. Isso porque as condições de crédito continuam difíceis, a economia está em desaceleração e a inflação deve ficar moderada ao longo dos próximos três meses. O comunicado divulgado ao final da reunião mostrou ainda que a decisão não foi tomada de forma unânime - dois membros do comitê votaram contra a redução (queriam um corte menor) e oito a favor. Além do corte do juro básico, a taxa de redesconto teve mais um corte, de 0,75 ponto porcentual, para 2,5% ao ano. Desde meados de setembro, o Fed já cortou o juro em 3 pontos porcentuais. Além disso, o banco central norte-americano já tomou uma série de medidas radicais para tentar estabilizar o sistema financeiro. A autoridade monetária reduziu a distância entre a taxa de redesconto e a taxa dos fed funds - taxa overnight que os bancos cobram entre si em empréstimos - e que é a principal ferramenta do Fed. O banco central norte-americano também lançou mão de uma série de outros passos ortodoxos para fornecer liquidez, incluindo um financiamento de US$ 30 bilhões para o JPMorgan comprar o Bear Stearns. Além disso, o Fed montou um novo programa para fornecer dinheiro para uma ampla variedade de instituições financeiras grandes. O total da operação chega a US$ 200 bilhões. Veja a íntegra do comunicado do Fed "O Comitê Federal de Mercado Aberto decidiu hoje reduzir sua meta para a taxa dos Federal Funds em 75 pontos-base, para 2,25%. Informações recentes indicam que a perspectiva para a atividade econômica enfraqueceu-se ainda mais. O crescimento nos gastos dos consumidores se desacelerou e os mercados de mão-de-obra se enfraqueceram. Os mercados financeiros permanecem sob estresse considerável, e as condições de aperto no crédito e o aprofundamento da contração no setor de habitação provavelmente vão pesar no crescimento econômico al longo dos próximos trimestres. A inflação tem estado elevada e alguns indicadores das expectativas de inflação subiram. O Comitê espera que a inflação se modere nos próximos trimestres, refletindo um projetado nivelamento dos preços da energia e de outras commodities e uma redução das pressões sobre a utilização de recursos. Ainda assim, a incerteza quanto à perspectiva da inflação cresceu. Será necessário continuar a monitorar os acontecimentos referentes à inflação com cuidado. A decisão de política de hoje, combinada com aquelas tomadas anteriormente, inclusive as medidas para fomentar a liquidez dos mercados, deverão ajudar a promover um crescimento moderado ao longo do tempo e a mitigar os riscos diante da atividade econômica. Contudo, os riscos de redução do crescimento permanecem. O Comitê vai agir de modo oportuno, á medida que seja necessário, para promover o crescimento econômico sustentável e a estabilidade de preços. Votaram a favor da decisão de política monetária do Fomc: Ben S. Bernanke, chairman; Timothy F. Geithner, vice-chairman; Donald L. Kohn; Randall S. Kroszner; Frederic S. Mishkin; Sandra Pianalto; Gary H. Stern; e Kevin M. Warsh. Votaram contra: Richard W. Fisher e Charles I. Plosser, que prefeririam uma ação menos agressiva nesta reunião. Em ação relacionada, o Conselho de Diretores aprovou por unanimidade uma redução de 75 pontos-base na taxa de redesconto, para 2,50%. Ao tomar essa decisão, o Conselho aprovou os pedidos submetidos pelas Diretorias dos Bancos da Reserva federal de Boston, Nova York e San Francisco."

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