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Juro americano é mantido em 2% ao ano

Taxas inalteradas nos Estados Unidos tendem a derrubar ainda mais a cotação do dólar ante o real

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Por Redação
Atualização:

O banco central dos Estados Unidos (Federal Reserve) decidiu manter o juro básico do país em 2% ao ano. Mesmo com a alta da inflação, a decisão de manutenção da taxa já era esperada pelos analistas, dado que a economia norte-americana continua dando sinais de enfraquecimento. A decisão não foi unânime entre os membros do Comitê - 9 a 1 - e a nota divulgada ao final da reunião expressou crescente preocupação sobre a inflação e as expectativas para os preços. A taxa de redesconto também foi mantida, em 2,25%. As autoridades monetárias não ofereceram indicações de um iminente aumento nas taxas. O próximo encontro do Fed está marcado para 5 de agosto.   Veja também: Comportamento das taxas norte-americanas  Entenda os efeitos da crise nos Estados Unidos    Nas últimas sete reuniões, os juros básicos (Fed funds) caíram 3,25 pontos, para 2% ao ano. Foi um período em que o Fed definiu como prioridade combater o estrangulamento do mercado de crédito nos Estados Unidos, que ameaçava afundar pelo menos meia dúzia de bancos. Por isso, irrigou o sistema bancário com mais crédito e injetou mais dinheiro na economia.   O pânico foi derrotado a partir de meados de março e os bancos americanos estão aparentemente livres do naufrágio. Mas essa megaoperação apresentou dois megacustos: (1) a volta da inflação, que ameaça ultrapassar os 4% no final deste ano; e (2) o enfraquecimento do dólar diante das outras moedas fortes.   Para a economia brasileira, juros inalterados nos Estados Unidos tendem a derrubar ainda mais a cotação do dólar ante o real. Às 15h15, a moeda norte-americana é negociada a R$ 1,5980.   Sinais   A mensagem preponderante das autoridades monetárias dos Estados Unidos nas últimas quatro semanas foi a de que é preciso fortalecer o dólar e, ao mesmo tempo, ser implacável no combate à inflação. A partir desse recado, o mercado reforçou suas apostas em que se aproxima nova temporada de aperto monetário (alta dos juros).   Mas parece improvável que esse passo seja dado no curto prazo porque a atividade econômica dos Estados Unidos está enfraquecida. Além disso, a saúde patrimonial dos grandes bancos americanos continua combalida e teria dificuldade de lidar com uma atmosfera mais rarefeita de oxigênio. Assim, a decisão mais provável era de fato a manutenção dos juros.

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