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Juro ao consumidor pode subir com alta da Selic

O aumento da taxa Selic de 18% para 21% ao ano pode elevar os juros ao consumidor já nos próximos dias. Segundo especialistas, deve haver também restrição à obtenção de crédito e encurtamento dos prazos.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu em reunião extraordinária aumentar a Selic, taxa básica referencial de juros da economia, de 18% para 21% ao ano. Para o consumidor, tal decisão poderá provocar aumento nas taxas de juros, encurtamento dos prazos e restrição ainda maior ao crédito. Por outro lado, alguns especialistas acreditam que o espaço para um aumento significativo nos juros para o consumidor seria pequeno devido à redução do volume de crédito e ao enfraquecimento da demanda. Sem contar que as taxas pagas a bancos, financeiras e lojas com vendas a prazo já se encontram elevadas. O sócio e gerente da Partner Consultoria, empresa especializada em serviços financeiros ao consumidor, Álvaro Musa, acredita que os juros para os financiamentos e empréstimos para pessoas físicas devem sofrer um reajuste de imediato. "As taxas devem ser reajustadas de imediato, principalmente nas linhas de empréstimos para financiamento de bens e de Crédito Direto ao Consumidor (CDC)", alerta. As financeiras também devem realizar encurtamento dos prazos e cortar as facilidades na obtenção de crédito, segundo o gerente da Partner. "Estas atitudes devem refletir numa queda da demanda do volume de crédito", comenta. Ele ressalta que esta é uma situação temporária e significa uma reação ao cenário de incertezas provocada pelas eleições. O presidente da Associação Brasileira de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Ricardo Malcon, aposta em aumento das taxas de juros praticadas pelas financeiras já nos próximos dias. Ele lembra também o impacto das medidas do Banco Central (BC) na semana passada na elevação das taxas. Entre as alterações, as instituições financeiras devem limitar as operações de câmbio para 30% do seu capital e a reserva em reais para cada aplicação cambial deverá ser de 100%. Além disso, houve aumento do depósito compulsório para depósitos à vista, a prazo e poupança em cinco pontos porcentuais. Ou seja, ao enxugar o volume de recursos na economia, as instituições têm menos caixa para comprar dólares e, em conseqüência, um volume menor de recursos para emprestar dinheiro, o que encarece o crédito. "Com a taxa de captação mais cara, as taxas de juros devem aumentar. O mercado só precisa de um tempo para se ajustar às novas medidas", prevê. Veja nos links abaixo o que dizem especialistas sobre restrição ao crédito e aumento dos juros do crediário. Além disso, um alerta para o consumidor evitar compras parceladas.

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