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Juro de cheque especial cai ao menor nível desde junho 2001

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa média de juros do cheque especial caiu em outubro ao menor patamar registrado pelo Banco Central desde junho de 2001. De acordo com os dados divulgados hoje pelo Departamento Econômico (Depec) do BC, as instituições financeiras cobraram, em média, 147,4% ao ano nas operações nessa modalidade de crédito. Em junho de 2001, a taxa média de juros do cheque especial era de 147,1% ao ano. De setembro para outubro de 2003, a queda nessa taxa foi de 4,8 pontos porcentuais. Apesar da queda, o chefe do Depec, Altamir Lopes, reconhece que a taxa ainda é "muito alta". No levantamento feito pelo BC observa-se queda em outras taxas de juros aplicadas em diferentes operações de crédito. É o exemplo das operações de crédito pessoal, que tiveram sua taxa média passando de 83,9% ao ano para 83,3% ao ano. Essa média registrada em outubro é a menor apurada pelo BC para essa modalidade de crédito desde julho de 2002. Nas operações de financiamento para compra de veículos, o juros médio cobrado caiu para 37,3% ao ano, menor patamar registrado desde abril de 2002, quando a taxa média era de 37,1% ao ano. No caso das empresas, os bancos também reduziram suas taxas. As operações de desconto de duplicatas tiveram sua taxa média caindo 1,6 ponto porcentual, indo para 46,9% ao ano. Para capital de giro, a queda foi de 1 ponto porcentual, passando de 39,4% para 38,4% ao ano. Espera-se desaceleração na queda do juro O ritmo da queda das taxas de juros e do spread bancário no País deve registrar, a partir de agora, uma desaceleração. A avaliação é do chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, apesar da queda da taxa básica de juros - a Selic - os demais elementos que compõem a elaboração da taxa de juros final, cobrada pelas instituições financeiras, permanecem os mesmos. "Os impostos, diretos e indiretos, e a margem dos bancos não foram alterados", explica Lopes. Na prática, a redução na taxa média de juros das operações de crédito com recursos livres verificado ao longo de 2003 refletiu, basicamente, apenas a redução no custo de captação dos bancos; em outras palavras, a redução da taxa Selic, promovida pelo Banco Central. Esse ritmo mais lento da queda das taxas de juros já pôde ser sentido em outubro. O spread geral, por exemplo, caiu apenas 0,1 ponto porcentual, indo para 30,5%. No caso do spread cobrado nas operações com empresas, a queda foi na mesma magnitude, caindo para 14,2% ao ano. Para as pessoas físicas, a retração foi um pouco maior - 0,4 ponto porcentual - mas ainda assim ficando num patamar elevado, de 51,7% ao ano. Para o chefe do Depec, a aprovação da Lei de Falências gerará efeitos positivos sobre as taxas de juros das operações de crédito, ainda que seja difícil mensurar qual será esse efeito. Lopes garantiu que o projeto do Banco Central de reduzir os spreads bancários continua, e que novas medidas deverão ser tomadas. Ele não antecipou nenhuma nova medida, entretanto. Leia também: Taxa média de juros cai e bancos emprestam mais, diz BC

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