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Juro do rotativo do cartão de crédito chega a 414% em setembro

Segundo o BC, taxa, que sobe desde julho de 2014, foi a mais cara entre as modalidades de crédito oferecidas à pessoa física; juro bancário médio ficou em 62,3% ao ano, o maior da história

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Por Célia Froufe e Victor Martins
Atualização:
Em 12 meses, juro do rotativo do cartão de crédito subiu 102,3 pontos porcentuais Foto: Tiago Queiroz/Estadão

BRASÍLIA - A taxa de juros média do rotativo do cartão de crédito teve em setembro mais uma alta e chegou a 414,3% ao ano, o maior porcentual entre todas as modalidades de crédito. A tendência de alta vem desde o ano passado, já que o juro do rotativo sobe desde julho de 2014, segundo dados do Banco Central. Em 12 meses, a alta foi de 102,3 pontos porcentuais.

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O juro do rotativo é a taxa mais elevada desse segmento na história, batendo até mesmo a do cheque especial. Em agosto, havia fechado em 403,5%, o que significa que em apenas um mês a taxa subiu 10,8 pontos porcentuais.

A taxa média de juros no crédito livre subiu de 45,4% ao ano em agosto para 46,2% ao ano em setembro. Com essa alta, a taxa volta a ser a maior taxa da série iniciada em março de 2011. Desde o início do ano, em todos os meses a taxa de juros tem sido recorde e batido a do mês anterior. No ano até o mês passado, a taxa subiu 8,9 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 estava em 37,3% aa. Em 12 meses até setembro, a alta é de 9,4 pp.

Para pessoa física, a taxa de juros no crédito livre passou de 61,2% em agosto para 62,3% em setembro, também a maior da série histórica. Para pessoa jurídica, houve elevação de 28,7% para 29,3% de agosto para setembro. 

Entre as principais linhas de crédito livre para pessoa física, um destaque vai para o cheque especial, cuja taxa subiu de 253,2% ao ano em agosto para 263,7% ao ano no mês passado. Ao longo de 2015, as taxas cobradas por uma das linhas mais caras que o consumidor pode acessar subiram 62,7 pontos porcentuais, já que em dezembro de 2014 o juro médio dessa modalidade estava em 201% ao ano.

No caso do parcelado do cartão de crédito, o juro diminuiu 0,2 ponto de agosto para setembro, passando de 129,2% ao ano para 129% ao ano. 

Já para o crédito pessoal, a taxa total caiu de 50,5% em agosto para 49,8% em setembro. No caso de consignado, a taxa passou de 27,8% para 27,6% de agosto para setembro e, nas demais linhas, de 119,9% para 118,3%. No caso de aquisição de veículos para pessoas físicas, os juros passaram de 24,8% para 25,6% de um mês para outro. 

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Spread. O spread bancário médio no crédito livre caiu de 32 pontos porcentuais em agosto para 31,5 pp em setembro. O spread é a diferença entre a taxa cobrada no crédito e o juro pago pelos bancos na captação de recursos. Com o resultado, o spread deixa de ter o maior nível da série histórica iniciada em março de 2011, como vinha ocorrendo todos os meses. O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 47,4 pp para 47,2 pp.

Inadimplência. A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou estável em setembro em 4,9%. Para pessoa física, foi registrado o único aumento nessa comparação, passando de 5,6% para 5,7%. Para as empresas, caiu de 4,2% para 4,1% de um mês para o outro. Desde o início do ano, verifica-se uma certa estabilidade no volume de calote ao sistema financeiro.

Na aquisição de veículos para pessoas físicas, apresentou ligeiro aumento, passando de 3,9% para 4,0%. Esta taxa, antes, estava inalterada desde dezembro do ano passado. No cartão de crédito, avançou de 7,6% para 8,0% na mesma comparação. 

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