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Juro é alto, mas momento impede que BC baixe a guarda--Torós

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Por Redação
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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Mario Torós, admitiu nesta terça-feira que o patamar de juros no Brasil é elevado, mas preocupações com inflação futura ainda exigem da autoridade manutenção de posicionamento mais conservador. Em seminário a fundos de hedge, Torós afirmou que a cautela do BC, que elevou a taxa de juros do país em 0,5 ponto percentual, para 11,75 por cento ao ano, há duas semanas, deve-se a motivos históricos e afirmou que quando a autoridade baixou a guarda o resultado foi inflação alta e crescimento fraco. "É inegável que a taxa de juros do Brasil é muito alta", disse Torós. "Vozes se levantam dizendo que só um pouco mais de inflação não dói. Mas o resultado de se ter uma política mais complacente nessa direção foi crescimento baixo e errático", afirmou o diretor. Ele citou que entre 1984 e 2003 a economia brasileira cresceu 2,7% ao ano por conta de uma política menos cuidadosa do Banco Central. A projeção de crescimento do PIB este ano é de 4,8 por cento. Nesta terça-feira, a Fundação Getúlio Vargas divulgou que o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) subiu 0,69 por cento, ficando acima da mediana de 14 estimativas de economistas ouvidos pela Reuters, de leitura de 0,48 por cento. Sobre eventual receio de contágio da economia brasileira da crise financeira internacional, Torós afirmou que o crescimento do país tem sido gerado internamente, mas que o Brasil não está livre de sofrer repercurssões causadas por uma desaceleração dos países desenvolvidos. "Nosso ciclo de crescimento tem sido alimentado por investimento privado e crédito para as famílias. Nosso crescimento é sustentado domesticamente, depende menos do cenário internacional", afirmou Torós. Porém, "a despeito dos avanços não acho que o Brasil está imune a esses eventos adversos", acrescentou. (Reportagem de Elzio Barreto, texto de Alberto Alerigi Jr.; Edição de Alexandre Caverni)

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