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Juro médio do cheque especial chega a 178,5% ao ano

O juro médio cobrado pelos bancos em abril ficou em 58,4% ao ano, mostram os dados do Banco Central

Por Agencia Estado
Atualização:

A taxa média de juros cobrada pelos bancos em abril nas operações de financiamento e crédito com recursos livres atingiu 58,4% ao ano, de acordo com dados levantados pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central. Essa média é 0,4 ponto porcentual superior à registrada em março. As empresas pagaram mais pelos empréstimos no mês passado. A taxa média de juros cobradas pelos bancos para financiamentos ao setor empresarial registrou uma elevação de 0,9 p.p, fazendo com que a taxa média de juros atingisse 39% ao ano no mês passado. Para as pessoas físicas, a taxa média de juros registrou um pequeno recuou, caindo de 87,3% ao ano em março para 86,3% ao ano em abril. A elevação de 0,4 p.p na taxa média de juros cobrada nas operações com recursos livres foi puxada, segundo técnicos do BC, pelo aumento nos juros pós-fixados e flutuantes, tendo em vista que as taxas prefixadas registraram uma queda em abril, interrompendo uma trajetória de crescimento observada desde o último trimestre de 2002. "Concorreu, ainda, para o acréscimo no custo médio do crédito, a retração no estoque da carteira de repasses externos", argumentam os técnicos do Depec. Alta para empresas e pessoas físicas O spread cobrado pelos bancos em abril subiu tanto para as empresas como para o cidadão comum, de acordo com dados levantados pelo Depec do BC. O spread é a diferença entre a taxa de captação de recursos dos bancos e a taxa cobrada do tomador final de empréstimo. Para as empresas, a taxa média de spread no mês passado foi de 15,3%, ante 14,9% de março. No caso das pessoas físicas, o spread passou de 59,9% para 61,1%. A taxa global de inadimplência subiu de 8,7% para 8,8%. O pequeno crescimento de 0,1 p.p. foi registrado entre as empresas, que tiveram sua taxa média de inadimplência elevada de 4,5%, em março, para 4,6%, em abril. No caso das pessoas físicas a inadimplência manteve-se em 15,7%. O volume de recursos livres emprestado pelos bancos em abril foi de R$ 214,6 bilhões, 0,4% abaixo dos R$ 215,5 bilhões de março. O crédito para as empresas caiu de R$ 135,9 bilhões para R$ 133,3 bilhões, enquanto que para as pessoas físicas houve um aumento dos financiamentos, passando de R$ 79,6 bilhões para R$ 81,3 bilhões. Juro médio do cheque especial chega a 178,5% ao ano A taxa de juros média cobrada pelos bancos pelo uso do cheque especial em abril foi de 178,5% ao ano, o que representa uma alta de 0,6 ponto porcentual em relação aos 177,9% registrados em março. As operações de crédito pessoal, que são uma alternativa ao uso do cheque especial, também tiveram uma elevação em suas taxas em abril. De acordo com os dados apurados pelo Departamento Econômico (Depec) do Banco Central, a taxa média de juros dessas operações no mês passado foi de 102%, superando os 100,6% registrados em março. Houve, entretanto, uma queda nas taxas de juros das operações de crédito destinadas à aquisição de bens. O financiamento de veículos, por exemplo, registrou uma taxa média de juros de 50,3% em abril, abaixo dos 53,5% registrados em março. No caso das empresas, a maior alta de juros apurada no mês passado foi nas operações de desconto de promissórias. Para essas operações, as empresas tiveram que pagar aos bancos uma taxa média de juros de 71,8% ao ano em abril, superando em 5,9 pontos porcentuais a taxa média cobrada em março. Nas operações de crédito concedidas por meio de contas garantidas, houve um recuo de 1,6 ponto porcentual na taxa média de juros, ficando em 45,8% em abril. A conta garantida é um crédito vinculado à conta bancária das empresas, onde um determinado limite de recursos é colocado à disposição do correntista para sua utilização.

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