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Juro para o consumidor permanece estável

As taxas de juros do crédito à pessoa física não tiveram reajustes. Mesmo assim, estão muito elevadas na avaliação de especialistas. O estresse no mercado financeiro ainda não provocou movimento de alta na ponta dos consumidores.

Por Agencia Estado
Atualização:

Por enquanto, as incertezas que agitam o mercado financeiro não chegaram ao bolso dos tomadores de empréstimo. As instituições financeiras mantêm as taxas de juros cobradas no crédito e dizem estar observando as movimentações do mercado e da concorrência para decidir se alteram ou não os porcentuais vigentes. Especialistas afirmam, no entanto, que a taxa de juro cobrada do consumidor já está muito elevada e não há espaço para aumento. O vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, é um dos que têm essa opinião. Segundo ele, nem o aumento do recolhimento compulsório, de 10% para 15%, sobre os depósitos a prazo - captados pela emissão de CDBs, principalmente - dos bancos no Banco Central nem a disparada dos juros futuros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) - que indicam a expectativa de taxa média do mercado em determinado período e são referência para o cálculo do juro cobrado do consumidor - são desculpas para os bancos e as financeiras elevarem os juros do crediário. "A alta do compulsório não é problema para os grandes bancos, pois eles não dependem somente do dinheiro obtido com emissão de CDB para emprestar. As grandes instituições têm outras formas de captação." Sendo assim, Oliveira entende que não há razão para punir ainda mais o consumidor, que já arca com custos bastante altos na obtenção de crédito. O presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Alencar Burti, lembra que, além desses fatores, é preciso levar em conta a decisão do BC de manter inalterada a taxa Selic e acenar com possível redução do juro básico se houver melhora no cenário. Se isso ocorrer, as perspectivas, avalia Burti, são otimistas. "Havendo redução do juro básico, o comércio, que está desacelerado, vai atacar o consumidor oferecendo condições de financiamento mais interessantes." Agora, se as instituições e o comércio optarem por trabalhar com juros mais altos, haverá uma estagnação nos negócios. "Quem aumentar taxa vai ficar sem vender", diz o presidente da ACSP. Juros estão elevados Ainda que nenhum dos bancos e financeiras consultados pela reportagem na semana passada tenha promovido reajustes, as taxas de juro cobradas em todas as modalidades de empréstimo permanecem nas alturas (veja no link abaixo). Por isso vale lembrar que tomar dinheiro emprestado é interessante apenas para quem vai trocar uma dívida mais cara por outra mais barata, como contratar um empréstimo pessoal para saldar o cheque especial, a linha que tem a taxa mais salgada do mercado. Se a idéia é comprar algum bem, é mais indicado juntar dinheiro até acumular valor suficiente para a aquisição do produto à vista. Nesse caso, além de não pagar juro, o cliente poderá até obter descontos interessantes. Quem não tem dinheiro suficiente pode contar ainda com as facilidades de lojas que dividem o pagamento em até quatro vezes pelo mesmo valor do preço à vista. Existe também a opção do parcelamento no cartão de crédito. Mas essa opção só é indicada para o consumidor que tem condições de quitar a fatura em dia.

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