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Juros ao consumidor atingem 45,4% em outubro

Taxa de juros ao consumidor final chega a 45,4% em outubro. Média é a maior desde junho de 2000 e mostra a influência da elevação da Selic.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os recentes aumentos da taxa básica de juros, que pulou de 18% para 22% nos últimos dois meses, já chegaram ao consumidor final. Apenas em outubro, quando o índice ainda estava em 21%, a taxa média de juros cobrada nas operações de crédito no País atingiu 45,4% ao ano, 2 pontos porcentuais acima da média apurada em setembro. Segundo dados do Banco Central (BC), trata-se da maior taxa média desde junho de 2000. "A elevação da Selic afetou as taxas dos empréstimos referenciados em juros prefixados e em juros flutuantes pactuadas na segunda quinzena do mês", afirmam os técnicos do Departamento Econômico (Depec) do BC, em documento divulgado ontem sobre as operações de crédito no País. A alta mais expressiva foi registrada nas operações com pessoas físicas. Neste caso, a taxa média de juros subiu de setembro para outubro 4,6 pontos porcentuais (de 74,7% ao ano para 79,3%). A taxa de juros média cobrada nas operações com empresas foi de 23% ao ano em outubro, o que representa uma alta de 0,3 ponto porcentual em relação à taxa de 22,7% de setembro. Nas operações com juros prefixados, a maior alta foi na taxa para financiamento de veículos, que subiu 5,6 pontos porcentuais (de 47,4% para 53% ao ano). O cheque especial ficou praticamente inalterado. A taxa média cobrada pelas instituições financeiras na concessão desse tipo de crédito ficou em 158,5% ao ano em outubro, ante 158,4% em setembro. Com taxas mais altas, o volume de recursos emprestados no País sofreu uma redução. O estoque total de operações de crédito realizadas no País fechou outubro com uma retração de 0,8%. Ao todo, as operações de crédito movimentaram no mês passado R$ 372,863 bilhões, ante R$ 375,8 bilhões em setembro. Essa queda no volume de recursos utilizados em operações de crédito está diretamente relacionada à flutuação da taxa de câmbio, segundo explicam os técnicos do BC. "Com a apreciação cambial, o total de crédito, que inclui as operações com recursos livres e direcionados, apresentou contração mensal de 0,8%." A parcela de operações de crédito contratada com recursos livres, que não tem destinação já preestabelecida, somou R$ 214,087 bilhões - queda de 2,1% em relação a setembro. Já as operações com créditos direcionados subiram 2,2%, atingindo R$ 138,4 bilhões.

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