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Juros ao consumidor caem pela 6 ª vez consecutiva

Bancos públicos puxam o corte tanto nos empréstimos pessoais como no cheque especial, aponta Procon

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Por Márcia De Chiara
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Pelo sexto mês consecutivo, a taxa média de juros dos empréstimos pessoais e do cheque especial caíram para o consumidor em junho, revela pesquisa da Fundação Procon de São Paulo. A taxa média mensal de juros cobrada no empréstimo pessoal recuou 0,05 ponto porcentual de maio para junho e ficou em 5,57%. No caso do cheque especial, a queda foi 0,02 ponto porcentual, com a taxa recuando para 8,87% ao mês. Os bancos públicos foram os principais responsáveis pelo corte nas taxas de juros, observa a supervisora de estudos e pesquisas da Fundação Procon de São Paulo, Cristina Rafael Martinussi. De dez bancos pesquisados, quatro instituições financeiras reduziram os juros nos empréstimos pessoais, das quais duas públicas: o Banco do Brasil e a Nossa Caixa. No caso do cheque especial, três instituições cortaram taxas, entre as quais estão o Banco do Brasil e a Nossa Caixa. "A Caixa Econômica Federal (a terceira instituição pública nos ranking de dez bancos pesquisados) não cortou juros porque as suas taxas são as menores tanto no empréstimo pessoal como no cheque especial", observa a responsável pela pesquisa. A política do governo de incentivar o crédito e o consumo, reduzindo os juros cobrados pelos bancos públicos, resultou na troca do presidente do Banco do Brasil, no final de abril. De toda forma, apesar do corte, as taxas continuam em níveis elevados, observa Cristina. A taxa de 5,52% ao mês cobrada nos empréstimos pessoais equivale a 90,55% ao ano. No caso do cheque especial, a taxa mensal de 8,87% corresponde a 177,30% ao ano. A taxa básica de juros, a Selic, fixada pelo governo para a remuneração dos títulos públicos, acaba de ser reduzida em um ponto porcentual e está hoje em 9,25% ao ano. E a tendência é de continuar em queda. A técnica da Fundação Procon-SP pondera que a pesquisa dos juros ao consumidor foi feita no começo deste mês, antes porém de o Comitê de Política Monetária do Banco Central ter reduzido a Selic na semana passada. Por isso, diz ela, os bancos tinham assumido, na época em que foi feita a pesquisa, uma posição mais cautelosa e o corte nos juros nessas duas linhas de financiamento foi menor comparada a que houve nos meses anteriores. "O reflexo maior do corte da Selic nos juros ao consumidor deverá ser captado na pesquisa do mês que vem." Cristina pondera também que a cautela dos bancos ao reduzir os juros ao consumidor de forma menos que proporcional ao corte na Selic reflete a lentidão da retomada dos fluxos de crédito. "Ainda estamos vivendo um momento de crise: o mercado não está regularizado nem aqui nem lá fora", lembra a responsável pela pesquisa. Ela diz que esse cenário aumenta a incerteza para os bancos na hora de optar pela redução nos juros.

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