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Juros ao consumidor mantêm-se elevados

A manutenção da Selic em 18% ao ano, sem o viés de baixa, não altera os juros ao consumidor. Nos últimos dois meses, as taxas já haviam aumentado e os prazos foram encurtados. Segundo especialistas, uma queda poderia reverter esse quadro de recessão na indústria e comércio.

Por Agencia Estado
Atualização:

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu pelo segundo mês consecutivo manter a taxa Selic, taxa básica referencial de juros da economia, em 18% ao ano, porém sem o viés de baixa determinado na reunião anterior. Para o consumidor, tal decisão não provocará alteração nas taxas de juros pagas aos bancos, financeiras e lojas com vendas a prazo. Especialistas do setor de crédito ouvidos pela Agência Estado acreditam que haveria espaço para redução da Selic, o que sinalizaria a confiança do Banco Central (BC) na economia e ajudaria a reverter o quadro de recessão. Em relação às taxas das financeiras, embora a Selic tenha importância, os juros futuros são o fator determinante, explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), José Arthur Assunção. Prova disso é que a queda da Selic em meses anteriores não se refletiu nos juros, uma vez que as instituições financeiras permaneceram com uma postura conservadora e não reduziram suas taxas. "Para a redução, o mercado futuro precisa aceitar a queda, não ocorre uma redução automática em função da decisão do Copom", afirma Assunção. As incertezas com o cenário eleitoral e a pressão sobre o dólar também são responsáveis pela postura conservadora das instituições financeiras. Veja no link abaixo como profissionais desse segmento reagiram à decisão do Comitê. Taxas subiram e prazo encurtou Nos últimos dois meses, o custo médio do financiamento aumentou - de 8,08% em julho para 8,14% em agosto - e houve encurtamento de prazos no crediário, segundo dados da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). "O prazo no crediário diminuiu em um terço e os juros subiram, o que encareceu as prestações e afastou o consumidor", afirma o vice-presidente, Miguel de Oliveira. Para Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), como a economia está em recessão e o comércio não tem mais como reduzir margens, uma queda seria necessária para estimular a dilatação de prazo no crediário e incentivar o consumo. "Do contrário, os juros continuarão elevados e os prazos, muito curtos."

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