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Juros caem pela 3º vez seguida e são os mais baixos em um ano

Taxa da pessoa física caiu para 7,33% e das empresas, para 4,21%

Por Renée Pereira
Atualização:

As taxas de juros cobradas em abril recuaram pelo terceiro mês consecutivo e atingiram o menor nível desde maio do ano passado. Nas linhas voltadas para pessoa física, a taxa média caiu de 7,39% para 7,33% ao mês. Já nas modalidades para empresas os juros saíram de 4,27% para 4,21%, segundo levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). Nessa carteira de crédito, o maior corte foi verificado na linha de desconto de duplicatas, cuja taxa recuou de 3,84% para 3,76% ao mês. Em seguida aparece a modalidade capital de giro, de 3,88% para 3,82% - o menor nível desde agosto de 2002. Nas operações de crédito para pessoa física, apenas as taxas do cartão de crédito não sofreram alteração em abril. O maior recuo foi verificado na modalidade CDC-bancos, cujos juros caíram de 2,92% para 2,88% ao mês. Trata-se da menor taxa da série histórica, segundo a Anefac. No cheque especial, o corte de 0,09 ponto porcentual derrubou a taxa para o menor nível desde dezembro de 2007. Na avaliação do vice-presidente da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, dois fatores determinaram o desempenho das taxas em abril. Um deles é o ciclo de queda da taxa Selic iniciada em janeiro. De lá pra cá, o Banco Central já reduziu em 3,5 pontos porcentuais os juros básicos da economia, de 13,75% para 10,25% ao ano. Nesse mesmo período, os juros cobrados de pessoa física caíram 0,24 ponto porcentual ao mês (ou 6,35 pontos ao ano) e de pessoa jurídica, 0,23 ponto ao mês (ou 4,39 pontos ao ano). O corte maior promovido no mercado deve-se ao fato de a taxa de juros ter subido de forma expressiva desde o início da crise, em setembro do ano passado. Portanto, ainda há espaço para novas reduções. Afinal, a taxa média anual cobrada de pessoa física está em 133,7% e o de pessoa jurídica, 64,03% - uma das maiores do mundo. Oliveira avalia ainda que os bancos estão voltando a olhar para o futuro e preocupados com o espaço perdido para as instituições públicas nos últimos meses. "Agora eles querem retomar seu espaço." O levantamento da Anefac mostrou ainda que São Paulo foi o Estado que teve o maior recuo das taxas, seguido por Minas Gerais e Distrito Federal. No varejo, os maiores cortes foram verificados entre as empresas de turismo.

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