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Juros continuam caindo e País crescerá 4%, diz Mantega

O novo ministro ressaltou que a autonomia do BC é decidida pelo presidente, e que a equipe de política monetária ficará enquanto Lula julgar necessário

Por Agencia Estado
Atualização:

O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tomará posse às 15 horas em substituição a Antônio Palocci, disse nesta terça-feira que a política de redução dos juros vai continuar e que a economia brasileira deve crescer mais de 4% neste ano. Em entrevista exclusiva à Agência Estado e à Rádio Eldorado, ele afirmou que a política monetária é a mais acertada que já se fez no País. Mantega tentou dissipar as apreensões sobre mudanças no Banco Central e outras mudanças na equipe econômica. "A autonomia do BC é decidida pelo Presidente da República e a equipe fica enquanto Lula julgar necessário", declarou. "Isso não impede que se dialogue e se troque idéias sobre os juros", ponderou. Quanto a sua defesa de uma Taxa de Juros de Longo Prazo a 7%, Mantega disse que não mudou de idéia. "Mudei de função, mas não de idéia", afirmou. Amanhã, o Conselho Monetário Nacional se reúne para fixar a TJLP, que atualmente está em 9%. Juros Perguntado sobre declaração que havia dado quando presidia o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), afirmando que o Banco Central "errou a mão nos juros", Mantega reconheceu que fez a declaração crítica à política monetária. Contudo, admitiu que "não é fácil acertar a dose dos juros". Além disso, afirmou que "isso (os juros altos) já está sendo corrigido" com as quedas da Selic. "A política de juros está em trajetória positiva", disse, reafirmando que a queda da taxa básica vai continuar. O ministro afirmou que o ano eleitoral não influirá no trabalho do Ministério da Fazenda, mas que isso "não impede que se dialogue e troque idéias sobre juros". Crescimento Mantega também procurou explicar sua previsão de crescimento do PIB entre 4% e 4,5%, acima da mediana das previsões do mercado, de 3,5%. "Temos todas as condições para crescer acima de 4%", afirmou, observando que sua previsão se baseia no fato de o ano já ter começado mais forte em termos de atividade. Mantega disse que a economia já está rodando na casa de 4% a 4,5% neste início de ano. "Todos os indicadores na economia são positivos", enfatizou o novo titular da Fazenda. Mercado O novo ministro garantiu que não há razão para nervosismo no mercado financeiro. Entre outros motivos, disse, porque o "perfil da dívida continua na mesma direção". O ministro também voltou a afirmar que não haverá mudanças na política econômica, que é "a mais acertada que já se fez no País". "A responsabilidade fiscal foi uma conquista deste governo", afirmou. "Nunca o Brasil teve política tão responsável e isso vai continuar", acrescentou. Mantega também observou que Brasil nunca esteve tão sólido para enfrentar turbulências e disse não acreditar na ocorrência de uma crise externa. "O cenário é favorável". Perguntado sobre o crescimento dos despesas públicas, Mantega afirmou que vai examinar esta questão mais de perto nos próximos dias, mas adiantou que não vê uma situação preocupante. "Os gastos estão controlados e dentro do previsto", afirmou. Ainda segundo Mantega, O superávit primário será respeitado rigorosamente. Equipe O novo ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que deve definir o seu secretário-executivo nas próximas 24 horas. Murilo Portugal, que ocupava a secretaria-executiva, deixou o cargo na segunda-feira, depois da saída de Antonio Palocci do Ministério. Mantega disse que vai nomear também um novo secretário do Tesouro, ocupado atualmente por Joaquim Levy, que está deixando o cargo para assumir a vice-presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Este texto foi atualizado às 10h36.

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