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Juros continuarão altos nos próximos meses, prevê economista

Por Agencia Estado
Atualização:

Na opinião do economista Danny Rappaport, da Investport Gestão de Recursos, a trajetória de alta da taxa básica de juros (Selic)não vai parar com o aumento a ser anunciado hoje pelo Copom, conforme aposta o mercado. "O Banco Central dá indicações de que subirá a taxa de juros não só neste, mas nos próximos poucos meses", afirmou o analista, em entrevista ao Conta Corrente, da "Globo News". O objetivo, segundo Rappaport, é impedir que seja repassado ao consumidor os reajustes que vêm do atacado, principalmente pelo fato de as vendas terem retomado fôlego neste começo de ano. A política adotada pelo Banco Central, no sentido de tentar controlar a inflação por meio de juros altos, pode estar correta no curto prazo, na opinião de Rappaport. Mas uma taxa tão elevada, segundo ele, não pode se manter no longo prazo. Por isso, o economista observa que a autoridade monetária tem de começar a mostrar para o mercado, até no sentido de segurar os ânimos, que a taxa será reduzida em algum momento deste ano. "O BC tem de mostrar que essa política foi capaz de reduzir a inflação ao consumidor e de que começará redução de taxa, o que tornará a dívida pública realizável no longo prazo." Por acreditar ser "insustentável" para a saúde econômica do País manter uma política de juros altos, Rappaport prevê uma redução na Selic em meados do ano, quando a economia dará mostras de arrefecimento em seus índices. Muito mais do que ficar de olho nas vendas externas - se passará ou não dos US$ 100 bilhões neste ano, conforme projeções do próprio governo e do mercado -, Rappaport atenta para a necessidade de se observar o movimento das importações, e disso não dependerá somente o desenrolar da taxa de câmbio. "O comportamento das importações depende também do nível de demanda doméstica. E vimos que este aumentou nos últimos anos." Se a renda do brasileiro der sinais de melhora neste ano como em 2004, o País pode importar mais, reduzindo o superávit comercial "para um patamar de US$ 25 bilhões ou até inferior a isso".

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