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Juros devem subir, apesar da queda da inflação

Por Agencia Estado
Atualização:

Apesar da queda de inflação verificada nos últimos índices (veja mais informações nos links abaixo), e que deve se manter nos próximos, o economista-chefe da Sulamerica Investimentos, Newton Rosa, prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom) continuará elevando a Selic, a taxa básica de juros da economia, até o final do ano. ?Esperamos mais um aumento de 0,25 ponto porcentual em outubro, o que levará a Selic para 16,50%. Até o final do ano, acreditamos que ela esteja em 17%.? Rosa explica que as decisões sobre juros agora terão reflexos sobre 2005, o que justificaria possíveis altas da Selic neste ano. Segundo ele, ?em 2005, o Banco Central perseguirá uma meta de inflação de 5,1% e as estimativas dos analistas apuradas pela pesquisa do BC apontam para um patamar de 7%. Isso indica que o BC atuará com um aumento das taxas de juros agora, tentando evitar o não-cumprimento da meta de inflação no próximo ano?, explica. Este foi o comportamento preventivo pedido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) aos bancos centrais no final de setembro. Rosa avalia que a alta da Selic neste ano não deve ter impacto para o consumidor, já que os juros na ponta ainda estão muito elevados. Para se ter uma idéia, em setembro, a taxa média para o crédito pessoal estava em 5,14% ao mês, o que significa uma taxa anual de 82,56%, frente a uma perspectiva de inflação em torno de 7%. Alta do petróleo é incerteza para a inflação neste ano Rosa prevê que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de setembro, que será divulgado na próxima sexta-feira e que é usado como referência para a meta de inflação, ficará em 0,55%, confirmando a queda dos preços. No mês passado, o IPCA ficou em 0,69%. ?Esta queda dos índice deve ser justificada pela queda do preço dos alimentos e também da diluição dos preços administrados?, explica. Ele acredita que o IPCA encerrará o ano em 7,20% - acima da meta de inflação de 5,5%, mas dentro da margem de oscilação de 2,5 pontos porcentuais. ?O comportamento do preço do petróleo continua sendo a grande variável para este cenário. O preço do óleo já subiu muito e, em algum momento, os combustíveis serão reajustados?, destaca. O economista-sênior do BankBoston, Marcelo Cypriano, também prevê uma queda no IPCA de setembro. Segundo ele, o Índice ficará em 0,55% e acumulará alta de 7,10%, em 2004. Contudo, ele destaca que esta previsão não leva em conta um possível reajuste do preço dos combustíveis. ?Se o aumento na bomba ficar entre 10% e 15%, o IPC termina o ano um pouco acima de 7,5%. Mas, se este reajuste for de mais de 25%, o teto da meta de inflação será ultrapassado?, afirma.

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