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Juros em um dígito estimulam mudança

Bolsa muito volátil fez abrir uma ‘terceira via’ para os investidores mais ousados

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Por Redação
4 min de leitura
Estadão Blue Studio - Getty Images 

O cenário macroeconômico está na base de tudo. Taxa básica de juros abaixo de dois dígitos diminui o rendimento da renda fixa e estimula uma necessidade de mudança na mente dos investidores. Mas eles logo percebem que maior retorno significa maior risco. Cenário muito diferente do registrado até 2016, por exemplo, quando a Selic bateu 14,25% ao ano. Sem esforço e muito menos precisando lançar mão de investimentos arrojados, as pessoas conseguiam 15% ao ano de rendimento.

Quatro anos depois, a taxa de juros caiu para 2% ao ano, marca registrada em agosto de 2020. Patamares que se mantiveram até o início de 2021, quando o Banco Central passou a aumentar os juros para tentar frear a inflação. Atualmente, a taxa está em 4,25%. Apesar das últimas elevações dos juros, dificilmente a Selic voltará a dois dígitos anuais. Se por um lado os investimentos de renda fixa estão menos atrativos, por outro, a taxa básica de juros mais baixa é fundamental para o crescimento econômico do País. Diante deste cenário, os investidores precisam buscar alternativas para garantir melhor retorno, assim como já ocorre em diversos outros países.

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“Desde 2017, a renda fixa começou a ficar menos atrativa. Com os juros reais baixos, algumas aplicações ficaram até negativas”, diz Raphael Palone, consultor da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar). “Mesmo com as ações fazendo bastante sucesso, o cliente prime não queria alocar 80% dos seus recursos em ações. Além disso, somos muito dependentes do setor externo, o que torna a Bolsa muito volátil”, complementa o consultor ao destacar que era necessária uma terceira via para atender às necessidades desses investidores.

Foi neste cenário que os investimentos alternativos ganharam destaque, com as criptomoedas e as ETFs (Fundo de Índice) aparecendo como as queridinhas de muitos investidores, pois apresentaram crescimentos expressivos nos últimos tempos. No mercado financeiro, entretanto, há outros produtos que também podem ajudar a compor a carteira de investimento. Entre eles, os especialistas citam os fundos imobiliários, de infraestrutura, de private equity e de venture capital.

A principal vantagem desses produtos está no retorno dos investimentos, que pode ser bem superior ao dos fundos tradicionais. Além disso, fundos imobiliários, de infraestrutura, de private equity e de venture capital contribuem também para o desenvolvimento das empresas e, consequentemente, da economia nacional.

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André Albo, sócio da Alta Vista Investimentos, ressalta que os fundos alternativos costumam ter liquidez baixa e, por isso, a decisão de quanto alocar nesses produtos deve considerar em quanto tempo quem aplica vai precisar do dinheiro. “O investidor tem uma excelente oportunidade de aprender sobre um segmento que talvez não conhecesse e isso é uma possibilidade interessante.”

Para Marcelo Lico, sócio-fundador da consultoria Crowe, é importante que as pessoas tenham em mente o quanto de risco elas suportam comprar. “O investidor tem que avaliar muito bem em que perfil ele se enquadra e o apetite ou aversão ao risco. Essa avaliação norteará a melhor opção e alocação do seu recurso.” Outra sugestão, segundo Albo, é investir de forma comedida. Ele aconselha que os investimentos em private equity e venture capital representem entre 3% e 5% do total da carteira de investimentos.

Onde os recursos são investidos

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Para aplicar o dinheiro com ainda maior segurança, é importante saber o que exatamente os gestores vão fazer com recursos depositados pelas pessoas físicas na mão deles. No caso dos fundos imobiliários, de infraestrutura, de private equity e de venture capital, os montantes serão usados para financiar projetos e empresas. O que significa opções de investimento atreladas a prazos mais longos de resgate. Ao mesmo tempo, os riscos são mais altos e, consequentemente, tendem a ter retornos bem mais altos do que os investimentos tradicionais. Mas, claro, nada é garantido.

Saiba exatamente para onde vai o seu dinheiro:

Fundos imobiliários

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Investimentos em imóveis são muito apreciados entre os brasileiros, que consideram que o “tijolo” é uma garantia para os seus recursos. Além de ter o patrimônio, é possível rentabilizar com o recebimento de aluguéis. Só que, se o imóvel ficar desocupado ou sofrer algum dano causado pelo inquilino, o proprietário pode ter de desembolsar uma boa grana. É aí que entram os fundos imobiliários. O investidor compra cota de um fundo que investe na construção ou aquisição de imóveis – que podem ser shoppings, galpões, salas comerciais, entre outros – e que depois são locados ou arrendados. E o aplicador recebe os ganhos obtidos com essas operações. Além do retorno que tende a ser mais atraente do que nos investimentos tradicionais, esse produto está isento do Imposto de Renda, mas vale destacar que existe a cobrança de imposto sobre o ganho de capital.

Venture capital

O venture capital são fundos que investem em empresas que estão em estágio inicial e precisam captar para se formar. O foco é aportar os recursos em empresas com alto potencial de expansão. Vale destacar que o risco também é alto porque vão investir em várias e poucas vão se valorizar, mas, dependendo dessa valorização, o retorno pode ser muito relevante, normalmente superior ao dos investimentos realizados em Bolsa de Valores, por exemplo.

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Fundos de infraestrutura 

Como o próprio nome diz, os fundos de infraestrutura investem os recursos em projetos de infraestrutura que podem ser energia, telecomunicações, saneamento, transporte, entre outros. “É um fundo híbrido, que fica entre imobiliário e private equity, e cada fundo tem suas características, pode ser focado em energia ou portos, por exemplo”, diz André Albo, sócio da Alta Vista Investimentos. Pessoas físicas que aplicam seus recursos nesse produto ficam isentas do Imposto de Renda.

Private equity

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Private equity são fundos que investem em empresas que estão fora da Bolsa de Valores e que começam a se popularizar entre os brasileiros. Eles se encaixam em disruptivas. No entanto, vale lembrar que a liquidez é restrita e o retorno pode levar entre cinco e dez anos. Como se trata de empresas que estão mais consolidadas, o risco é menor do que os do venture capital.

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