PUBLICIDADE

Publicidade

Juros ficam quase estáveis com mercado à espera de ‘Relatório de Inflação’

Investidores querem ver o peso que o Banco Central dará para a alta do dólar e seus efeitos sobre a inflação, explicou um operador

Por Marcio Rodrigues e da Agência Estado
Atualização:

SÃO PAULO - Em mais um pregão de liquidez reduzida, as taxas futuras de juros terminaram praticamente estáveis, com os investidores optando pela cautela antes da divulgação, na quinta-feira, 27, do Relatório Trimestral de Inflação.

PUBLICIDADE

A agenda doméstica teve poucos indicadores e as declarações do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em audiência na Câmara dos Deputados, também não trouxeram muitas novidades, segundo profissionais da área de renda fixa. Nem mesmo a revisão em baixa do PIB norte-americano foi suficiente para mudar o panorama do mercado, uma vez que foi contrabalançada por algumas palavras do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

Ao término da negociação regular na BM&FBovespa, a taxa do contrato futuro de juro para outubro de 2013 (45.610 contratos) estava em 8,45%, de 8,46% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2014 (160.810 contratos) marcava 8,93%, ante 8,94% ontem. O vencimento para janeiro de 2015 (197.930 contratos) indicava taxa de 9,90%, ante 9,91% na véspera. Na ponta mais longa da curva a termo, o contrato para janeiro de 2017 (132.160 contratos) apontava 10,88%, ante 10,85% ontem. O DI para janeiro de 2021 (6.105 contratos) estava em 11,11%, de 11,12% do ajuste anterior.

"Ninguém quer se arriscar muito antes do Relatório de Inflação. O mercado quer ver o peso que o Banco Central dará para a alta do dólar e seus efeitos sobre a inflação", afirmou um operador. Hoje, o dólar à vista no balcão cedeu 0,90%, a R$ 2,1900. No Relatório de Inflação de março, o BC projetava IPCA de 2013 em 5,8% no cenário de mercado e de 5,7% no cenário de referência, que considerava Selic de 7,25% e câmbio a 1,95 R$/US$.

Ainda segundo a fonte citada acima, o dia não trouxe grandes novidades. Mantega disse que a "União fará pelo menos 2,3% do PIB de superávit primário e Estados e municípios farão sua parte para que continuemos tendo resultado fiscal que mantenha a solidez fiscal no País". O ministro também disse que vai reduzir, este ano, as despesas de custeio para garantir a meta fiscal de 2,3% do PIB.

Um outro profissional da área de renda fixa ressaltou que desde segunda-feira o mercado já devolveu uma boa quantia de prêmios e que é natural que os investidores parem um pouco. Entre os indicadores de hoje, o índice de confiança da indústria (ICI) caiu 1,1% em junho ante maio, passando de 105,0 para 103,8 pontos no período, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Trata-se do menor nível do indicador desde julho de 2012.

No exterior, a revisão do crescimento econômico norte-americano no primeiro trimestre, apesar de sinalizar um desempenho fraco da economia dos EUA, gerou certo alívio sobre a possível redução do programa de estímulos à economia do país promovido pelo Federal Reserve. O apetite por risco prevaleceu também por conta de declarações do presidente do BCE. Draghi reiterou que a política monetária do BCE permanecerá acomodatícia no futuro próximo.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.