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Juros futuros recuam após dados do IGP-M

O indicador pode dar alívio às taxas dos contratos futuros de juros, mas mas as condições de liquidez baixas dificultam movimentações significativas dos investidores nesta semana

Por Patricia Lara e da Agência Estado
Atualização:

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) é mais um dado de inflação que surpreende para o bem, ao reduzir o ritmo de alta para 0,69% em dezembro, ante 1,45% em novembro, segundo informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os preços do grupo agrícola exerceram uma contribuição relevante nesse comportamento, enquanto os industriais também ajudaram. O indicador pode dar alívio às taxas dos contratos futuros de juros. Mas as condições de liquidez baixas dificultam movimentações significativas dos investidores nesta semana comprimida pelos feriados do Natal e Ano Novo. Na abertura dos negócios, os contratos futuros de DI registravam leve baixa.

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O resultado mensal do IGP-M veio abaixo do piso das estimativas dos economistas, que esperavam inflação de 0,70% a 0,85%, com mediana de 0,77%. Entre os componentes do indicador, o Índice de Preços por Atacado - Mercado (IPA-M) subiu 0,63% este mês, ante alta de 1,84% em novembro, com o grupo agrícola apresentando uma desaceleração de 5,43% em novembro para 1,15% em dezembro. Para analistas da LCA, no entanto, o grupo industrial foi a maior surpresa. Os preços dos produtos industriais reduziram o fôlego de alta em dezembro para 0,44%, após subirem 0,61% em novembro.

A LCA destacou o IPA Indústria de Transformação, que apresentou variação de 0,62%, com produtos alimentícios e bebidas reagindo rapidamente à desaceleração apresentada pelos produtos agrícolas in natura. Na semana passada, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) também surpreendeu para o bem, já que a variação de 0,69% - idêntica ao do IGP-M divulgado hoje - ficou abaixo do piso das expectativas.

O indicador tem potencial para aliviar as taxas dos DIs, mas o clima visto ontem deve se intensificar na sessão de hoje. No exterior, medidas chinesas continuam surgindo nesta semana em que as agências de notícias e as mesas de operações trabalham com contingentes restritos. Hoje, o destaque é uma determinação tomada no domingo.

O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) elevou as taxas de refinanciamento (3,85%) e de redesconto (2,25%), tornando mais caro para bancos pegarem emprestado dinheiro do BC chinês. A medida pode intensificar o aperto de liquidez enfrentado pelos bancos chineses.

No Brasil, às 10h07 (horário de Brasília), a taxa projetada pelo DI com vencimento em janeiro de 2012 apontava 12,13%, a mesma do fechamento de ontem. Já o contrato com vencimento em janeiro de 2013 apresentava taxa de 12,35%, ante 12,37% de ontem.

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