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Juros longos avançam com ceticismo sobre inflação após Copom

Por Denise Abarca
Atualização:

O movimento de ajuste à decisão do Copom de elevar a Selic para 12% ao ano provocou ontem queda dos juros futuros de curtíssimo prazo e pressão de alta nos demais vencimentos, especialmente os longos. A aposta de aumento da taxa básica em 0,25 ponto porcentual era majoritária nas mesas de operação, mas não consensual. Assim, como também havia expectativa de avanço de 0,5 ponto porcentual da taxa básica, os contratos curtos tiveram de alinhar-se, com transferência de prêmios para os vértices mais à frente. Além disso, o desenho da curva a termo refletiu a descrença do mercado na eficácia da estratégia do Banco Central para levar a inflação a convergir para o centro da meta de 4,5% em 2012. A desconfiança dos agentes econômicos foi reforçada pelo placar dividido da votação, uma vez que dois diretores defenderam uma alta de 0,5 ponto porcentual da Selic. Na BM&F Bovespa, o contrato para julho de 2011 cedeu a 11,98%, de 12,03% no ajuste anterior; a taxa para janeiro de 2012 subiu de 12,23% para 12,29% e, para janeiro de 2017, de 12,63% para 12,75%.Nos mercados de ações e câmbio, o feriado de Páscoa prolongado na Europa tirou liquidez e o sentimento de cautela prevaleceu. Também contribui para a postura defensiva a expectativa pela entrevista coletiva inédita do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, amanhã, após a reunião do Fomc. O dólar à vista subiu 0,13% ante o real, para R$ 1,572, na contramão das perdas da divisa norte-americana em relação ao euro. Em sessão morna, a Bovespa ressentiu-se da falta de firmeza dos índices acionários nos EUA e terminou em baixa de 0,13%, aos 66.972,37 pontos.

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