
12 de abril de 2016 | 14h42
SÃO PAULO - O teto de juros para aquisição de imóveis dentro do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) deveria ser de no máximo 5% ao ano, propõe o sócio diretor da construtora e incorporadora Plano&Plano, Rodrigo Luna. O executivo considera que o programa teria de ser enquadrado à renda e capacidade de pagamento de parcelas das famílias. Por isso, o aumento de juros, como ocorrido na nova fase do MCMV, pode diminuir a demanda e o ritmo de construção.
"Como a remuneração do FGTS, que é a principal fonte de recursos para financiamentos no programa, é fixa em 3% mais TR, não tem motivo para aumento de juros para o tomador de crédito", afirmou o executivo, que também ocupa a cadeira de vice-presidente de habitação econômica no Secovi-SP. "Isso só dificulta o acesso ao crédito e o programa vai ter muito menos contratações", acrescentou, durante o evento Summit Imobiliário, realizado pelo Estadão em parceria com o Secovi-SP.
Luna explicou que, mesmo com a sua proposta, o FGTS ainda teria o spread sobre sua remuneração. Para a faixa 1, que tem subsídio quase total para a aquisição de imóveis, o executivo disse que a ajuda do governo deveria ser reduzida. "O comprador da faixa 1 precisa desse subsídio, mas ele também precisa se comprometer com pagamentos mensais adequados ao seu bolso", disse.Apesar das críticas ao modelo atual, o executivo defendeu que o programa seja mantido independentemente do governo, seja com a manutenção de Dilma Rousseff na presidência ou uma nova gestão no caso de impeachment. "Se as pessoas tiverem o mínimo de bom senso e de preocupação com o Brasil, tratarão o programa como política habitacional de estado e não de governo. Não acredito que quem esteja no comando pense diferente", afirmou. E acrescentou: "O déficit habitacional só se resolve com política habitacional séria, perene e de longo prazo".
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