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Juros norte-americanos vão continuar subindo em 2006

Membros do Comitê também indicaram que voltarão a elevar os juros norte-americanos na reunião de 20 de setembro, ao afirmar que "muito provavelmente mais medidas de política monetária serão necessárias"

Por Agencia Estado
Atualização:

A ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed (Fomc), que decidiu pela alta das taxas de juros norte-americanos de 3,25% para 3,5% ao ano, destaca que o ciclo de elevação do juro vai continuar em 2006. A ata do Fed indica que muito da folga na capacidade produtiva da economia foi esgotada. "A folga na previsão foi prognosticada para ser essencialmente esgotada no final deste ano". De acordo com analistas, trata-se de um sinal claro de que o atual ciclo de aperto monetário pode não estar próximo de seu fim, como muitos acreditavam. Os membros do Comitê também indicaram que voltarão a elevar a taxa de juros norte-americano na reunião de 20 de setembro, ao afirmar que "muito provavelmente mais medidas de política monetária serão necessárias". O documento sugere que o Fed entrou em estado de alerta para os riscos de inflação. Os participantes da reunião disseram que a alta dos preços do petróleo levaria a inflação a um nível mais alto do que se previa anteriormente. Crescimento menor em 2006 O documento também diz que "nas previsões preparadas para esta reunião, o pessoal [do Fed] elevou sua projeção para o crescimento econômico no que resta deste ano, à luz de indicadores sugerindo maior impulso de curto prazo na demanda agregada. Ao mesmo tempo, porém, a equipe reduziu a previsão de crescimento para 2006, refletindo os efeitos dos preços mais altos da energia, taxas de juro de longo prazo mais altas e o crescimento bastante mais lento no crescimento da capacidade produtiva implícito nas revisões anuais das contas nacionais". O mercado acionário norte-americano reagiu mal. Às 15h29 (horário de Brasília), o índice Dow Jones - que mede o desempenho das ações mais negociadas na Bolsa de Nova York - recuava 86 pontos (queda de 0,83%), de uma queda de 58 pontos antes da ata; o Nasdaq - índice que mede o desempenho das ações de tecnologia - caía 14 pontos (queda de 0,70%), de 10 pontos antes da ata. 10ª alta consecutiva A última decisão do Fed reduziu os juros norte-americanos em 0,25 ponto porcentual. Com esta decisão, a taxa de referência do banco central americano, o Fed funds, chegou ao nível mais alto desde agosto de 2001 e ficou mais de três vezes acima do patamar de 1% ao ano registrado em junho de 2004, quando foi iniciada uma campanha gradual de elevação dos juros. Impacto para o Brasil O aumento dos juros norte-americanos tente a pressionar para cima as taxas nos mercados do mundo todo. Isso porque os papéis norte-americanos são considerados sem risco e, oferecendo um prêmio maior, acabam atraindo mais investidores. Para manter-se atraente ao interesse do investidor, os títulos da dívida de outros países, portanto, teriam que oferecer juros também mais altos. Caso este cenário se confirme, para o Brasil, isso representa um encarecimento da dívida indexada às taxas de juros.

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