A Associação Comercial de São Paulo comemora a queda da taxa básica de juros, acreditando numa queda também para o consumidor. Com isso, as vendas a crédito podem crescer até 3% ao mês a partir de julho, e as vendas a crédito, 6% neste ano. Mesmo antes da redução dos juros, a Associação já esperava um crescimento máximo de 3%, dando continuidade à tendência dos meses anteriores, em função do reaquecimento da economia brasileira. Atualmente, os juros ao consumidor final do comércio varejista estão oscilando entre 3% e 5%, segundo a Associação. Não se espera uma queda dessas taxas, mas as lojas que trabalham com financeiras dos bancos poderão vir a ter taxas menores, porque alguns bancos já anunciaram reduções. Os juros para o consumidor ainda assustam. Infelizmente, no entanto, a redução de um ponto percentual na taxa Selic não terá o mesmo efeito na hora em que for repassada para o bolso do consumidor que compra a prazo, paga financiamento ou usa o cheque especial. O vice-presidente da Anefac fez as contas e calculou que, no caso dos juros do crediário de loja, por exemplo, caso a redução da Selic for toda repassada, pela proporção, os juros cairiam de 147% ao ano, na média, para 140% ao ano. "A diferença será nos centavos", diz Ribeiro de Oliveira. Segundo ele, em uma compra de R$ 800, por exemplo, em 12 prestações de R$ 103,26, a nova prestação, já com o repasse da queda da taxa Selic, passaria a ser de R$ 102,88. A diferença seria, portanto, de apenas R$ 0,38, ou 0,37% da prestação. E, além disso, taxas de juros mensais entre 3 e 5%, como as praticadas pelo comércio, estão longe de ser razoáveis, considerando-se que significam taxas anuais de 42,58% a 79,59%, muito superiores às taxas pagas pela poupança, ou mesmo da Selic. Isso sem considerar que são praticadas muitas taxas ainda bem mais altas que as citadas acima.