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Juros sobem em setembro pelo 12º mês consecutivo, diz Anefac

No cartão de crédito, a taxa subiu para 13,59% ao mês (361,40% ao ano) em setembro, o maior nível desde março de 1996

Por ÁLVARO CAMPOS
Atualização:
A turbulência política e econômica é um dos fatores para a alta dos juros Foto: Tiago Queiroz/Estadão

SÃO PAULO - As taxas de juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram em agosto pelo 12º mês consecutivo e renovaram os maiores patamares desde 2009, segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

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No caso das pessoas físicas, novamente houve aumento nos juros em todas as seis linhas pesquisadas: juros do comércio (crediário); cartão de crédito rotativo; cheque especial; CDC bancos-financiamento de veículos; empréstimo pessoal - bancos; e empréstimo pessoal -financeiras). O juro médio subiu 0,09 ponto porcentual em setembro ante agosto, para 7,23% ao mês (131,10% ao ano), o maior nível desde junho de 2009.

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,22 ponto porcentual, para 13,59% ao mês (361,40% ao ano) em setembro, o maior nível desde março de 1996. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 ponto porcentual, para 5,32% ao mês (86,26% ao ano). A taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,42% ao mês (88,40% ao ano). Nos financiamentos de veículos, o prazo médio se manteve em 36 meses.

Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas (capital de giro, desconto de duplicatas e conta garantida). O juro médio avançou 0,03 ponto porcentual no mês passado ante o anterior, para 4,12% ao mês (62,33% ao ano), o patamar mais alto desde maio de 2009. No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,04 ponto porcentual, para 7,03% ao mês (125,98% ao ano), o patamar mais elevado desde outubro de 1999.

Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência, o avanço das taxas de juros futuras por conta da turbulência política e econômica, a maior carga tributária e o rebaixamento da nota de crédito do País pela agência de rating Standard & Poor's. "A tendência é de que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses", diz a entidade.

A Anefac lembra que, considerando todas as elevações da Selic promovidas pelo Banco Central desde março de 2013, houve um aumento de 7,00 pontos porcentuais (ou alta de 96,55%) na taxa básica de juros, para o nível atual de 14,25%. No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 43,13 ponto porcentual (+49,03%). Já na pessoa jurídica houve uma elevação de 18,75 ponto porcentual (+43,02%).

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