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Justiça aceita denúncia da Operação Kaspar II

Por Solange Spigliatti
Atualização:

A Justiça Federal em São Paulo aceitou, na segunda-feira (dia 17), a denúncia contra os 29 dos 33 investigados pela Operação Kaspar II, da Polícia Federal. A Operação Kaspar II é decorrência da Operação Suíça que, por sua vez, deu origem a Operação Kaspar I. A primeira operação investiga as atividades do Escritório de Representação do Credit Suisse no Brasil sobre operações ilícitas de remessas de divisas para o exterior de seus clientes. A denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF) reúne farta documentação e descreve como a quadrilha agia e a participação dos acusados, dando elementos suficientes para início da ação penal. As investigações chegaram a um dos doleiros que trabalharia para aquela instituição financeira, verificando-se que as três operações estavam intrinsecamente relacionadas. A Operação Kaspar II investiga as supostas atividades do "doleiro" Claudine Spiero, considerado o líder da organização criminosa, "cujos integrantes atuariam no mercado ilegal de câmbio, bem como promoveriam a remessa e o recebimento de divisas para o exterior, através de operações financeiras conhecidas como "cabo" (dólar "cabo" e euro "cabo"), em favor de clientes do banco e de outras instituições financeiras. Com base nas investigações, verificou-se que Claudine Spiero contava com o auxílio dos parentes e funcionários do banco Michel Spiero (filho e suposto gerente operacional); Daniel Spiero (colaboraria indiretamente nos contatos com os gerentes dos bancos suíços); Ricardo André Spiero (suposto liquidante); Cristiane Mateoli de Freitas (secretaria que supostamente auxiliaria nos fechamentos das operações). As instituições bancárias supostamente envolvidas são os Bancos UBS (União de Bancos Suíços), Clariden Leu, Credit Suisse e a representação do Banco AIG no Brasil. Os gerentes desses bancos também sob investigação são Luc Marc Depensaz e Marc Henri Dizerens, ambos do UBS; Reto Buzzi, do Clariden; Magda Maria Malvão Portugal, responsável pela representação do escritório do Banco AIG em São Paulo. Além desse gerentes, as investigações identificaram os doleiros Valter Rodrigues Martinez, Milton José Pereira Junior, Iria de Oliveira Cassu e Antonio Raimundo Duram, que supostamente realizariam negócios com o grupo de Claudine. As investigações realizadas também indicaram crimes de contrabando e descaminho, falsidade ideológica e mesmo violação de sigilo funcional, supostamente cometidos por Claudine Spiero, Michel Spiero, Milton José Pereira Junior, Álvaro Miguel Restano, Fabiana Restaino Esper, Antonio Monteiro Ferreira Lopes, Caetano Mario Abramovic Greco, Luiz Paulo Greco, Boris Zampese, Wang Songmei, Alain Clement Lesser Levy, Jaques Lesser Levy e José Roberto de Freitas.

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