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Justiça adia decisão sobre Varig e estuda novas propostas

O adiamento da decisão pode estar ligado ao fato de que a Justiça estuda novas propostas para a compra da companhia aérea

Por Agencia Estado
Atualização:

Mais uma vez a decisão sobre o futuro da Varig foi adiada. O juiz da 8ª Vara Empresarial, Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo processo de reestruturação da Varig, deveria divulgar ainda hoje sua decisão sobre a proposta dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) para a compra da companhia aérea. Ayoub passou o dia reunido com investidores que estariam interessados na empresa, entre eles o presidente da estatal portuguesa de aviação TAP, Fernando Pinto, e o ex-presidente da VarigLog, José Carlos Rocha Lima, que representa um grupo do qual faria parte o fundo de private equity americano Carlyle. Em nota divulgada ao final da reunião, o juiz informou que irá analisar as novas informações prestadas peloa TGV, em um documento de cerca de 30 páginas. O adiamento da decisão pode estar ligado ao fato de que a Justiça estuda novas propostas para a compra da companhia aérea. Fontes que acompanham as negociações da Varig afirmam que há três potenciais investidores interessados na reestruturação da companhia. Além do TGV, estão no páreo também a Syn Logística, de Rocha Lima, da Vaspex e da Empresa de Correios e Telégrafos, além da TAP. A expectativa é de que esteja sendo costurado um acordo para que esses grupos entrem no consórcio do TGV. Entretanto, se a Justiça decidir não aprovar a venda para os funcionários, o juiz já manifestou a possibilidade de realizar um novo leilão. Ayoub não deu um novo prazo para decidir sobre o futuro da Varig. O leilão No leilão da companhia aérea, realizado na semana passada, o TGV foi o único a formalizar uma proposta no valor de US$ 449 milhões (R$ 1,010 bilhão), que é quase metade dos US$ 860 milhões avaliados pelos organizadores para a venda da Varig, como preço mínimo para a operação, incluindo operações internacionais e domésticas. Na primeira etapa do leilão, quando o valor mínimo deveria ser obedecido, nenhuma proposta foi apresentada. Na segunda etapa, sem preço mínimo, o TGV fez sua proposta. No final da semana passada, o juiz Ayoub anunciou que aceitava a proposta do TGV, mas haveria condições. Entre essas elas, deu mais 48 horas para o grupo dos trabalhadores da companhia explicar origem dos recursos. O primeiro prazo para a entrega desta documentação estava marcada para segunda, às 14 horas. A documentação não foi entregue. O novo prazo ficou marcado, portanto, para hoje ao meio-dia. O prazo foi cumprido hoje, mas os trabalhadores da Varig não cumpriram as solicitações da Justiça. Ayoub queria saber qual a origem dos recursos ofertados pelo TGV à Varig. Além disso, pedia uma modificação na forma de pagamento, especificamente sobre as debêntures (títulos da empresa que seriam usados como pagamento). O advogado dos trabalhadores da Varig, Otávio Neves, esclareceu que, caso Ayoub considere imprescindível, o nome do grupo investidor será anunciado. Destacou ainda que a proposta do TGV manterá parte do pagamento pela Varig em debêntures (títulos da empresa), no valor de R$ 500 milhões.

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