Publicidade

Justiça aprova proposta da VarigLog

Credores vão se reunir em assembléia no dia 17 de julho para votar oferta de cerca de US$ 500 milhões pela companhia, para que ela possa ser levada a leilão no dia seguinte

Por Agencia Estado
Atualização:

A Justiça do Rio aprovou a única proposta de compra da Varig feita pela sua ex-subsidiária de logística e transporte de cargas VarigLog. Depois de uma reunião de quase sete horas, o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pela recuperação judicial da companhia, marcou uma assembléia de credores para o dia 17 de julho. Nessa assembléia, será votada a oferta de cerca de US$ 500 milhões pela companhia aérea, para que ela possa ser levada a leilão no dia seguinte, 18 de julho. O preço mínimo da Varig no leilão, que era de R$ 277 milhões, foi reduzido a R$ 52,8 milhões (o equivalente a US$ 24 milhões). O valor foi reduzido porque algumas garantias de receita que a VarigLog previa para a Varig antiga, como fretamento de aviões e aluguel de imóveis, foram retiradas do cálculo e passaram a ser obrigações do futuro comprador. O valor mínimo corresponde ao ressarcimento da quantia que a VarigLog se dispôs a emprestar para a ex-controladora até a realização do novo leilão. Na segunda-feira, foi feito o 11º depósito, cujo valor não foi divulgado. A Varig, no entanto, depositou para a Infraero R$ 175 mil para o pagamento de taxas aeroportuárias. Até sexta-feira, foram desembolsados US$ 11 milhões para pagamento de despesas como combustível, arrendamento de aviões e taxas aeroportuárias. "A minha avaliação (sobre a proposta) é extremamente positiva porque estamos garantindo a continuidade da Varig", afirmou o presidente da empresa, Marcelo Bottini. A proposta da VarigLog chegou a ser contestada na sexta-feira passada pelo administrador judicial da Varig, a consultoria Deloitte. Por meio de um parecer, a Deloitte havia considerado que a proposta da ex-subsidiária era financeiramente pior do que a arrecadação de recursos numa eventual falência da companhia aérea. O sócio-diretor da consultoria, Luiz Alberto Fiore, no entanto, disse, no entanto, que houve uma melhora "considerável". Segundo ele, uma das modificações apresentadas foi a possibilidade de os credores trabalhistas (classe 1) e os credores com garantias reais (classe 2) receberem recursos para quitar débitos por meio da emissão de papéis de dívida (debêntures) à vista. Na proposta original da VarigLog, estava prevista duas emissões de debêntures totalizando R$ 100 milhões, no prazo de dez anos, com juros de 8,4% ao ano. Agora, uma das possibilidades é o resgate desses papéis à vista, mas com um deságio que reduziria o valor para R$ 82,8 milhões. A reunião começou às 13 horas, mas foi suspensa por três horas. A interrupção foi necessária para que a consultoria Deloitte, o presidente da Varig e o promotor do Ministério Público do Rio, Gustavo Lunz, avaliassem um documento enviado pelos advogados da VarigLog, no qual a ex-subsidiária toma posição sobre o parecer do administrador judicial da Varig, que questiona o preço mínimo. A audiência foi pedida pela Deloitte justamente para tentar chegar a um consenso sobre o valor mínimo, com o objetivo de garantir o pagamento dos credores. "Estamos trazendo as explicações que a Deloitte pediu. Não há nenhuma definição sobre alterações econômico-financeiras", afirmou o advogado da VarigLog, João Afonso de Assis, ao chegar ao Tribunal de Justiça. De acordo com um representante de um grupo de credores da Varig, caso a proposta da VarigLog permanecesse a mesma, a tendência é de que os credores, que são privados, se abstenham numa possível assembléia para votar a proposta.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.