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Justiça dos EUA libera venda da Chrysler

Decisão da Suprema Corte abre caminho para negócio com a Fiat

Por Dow Jones Newswires e WASHINGTON
Atualização:

A Suprema Corte dos Estados Unidos autorizou ontem a venda da Chrysler à italiana Fiat, suspendendo o último obstáculo à reestruturação da montadora americana, que está sob concordata. Em uma sentença de duas páginas, o Supremo assinala que o grupo de fundos de pensão do Estado de Indiana que pediu o bloqueio da transação não apresentou "as circunstâncias que justificariam" a medida. "A suspensão temporária (da venda) decretada pela juíza (Ruth Bader) Ginsburg, em 8 de junho de 2009, está anulada". A venda à Fiat permitirá à Chrysler sair da concordata como uma nova empresa. A montadora depende fundamentalmente desse negócio para não ser liquidada. Os recursos do empréstimo de mais de US$ 4 bilhões dado pelo governo americano à Chrysler só devem ser suficientes para este mês. Depois disso, sem o acordo com a Fiat, a saída mais provável para a empresa seria a liquidação. O caso chegou ao Supremo na segunda-feira, e tanto Chrysler como o governo americano advertiram que qualquer adiamento poderia comprometer o acordo. Richard Mourdock, secretário do Tesouro de Indiana, que administra os investimentos do fundo de pensão, tinha recorrido contra a venda alegando que "os aposentados e os contribuintes do Estado perderiam dinheiro por causa de decisões sem precedentes e ilegais do governo federal". Ontem, Chrysler e Fiat tentavam pressionar a Justiça americana a acelerar o processo. Em documentos separados entregues à Suprema Corte, as duas empresas afirmaram que o acordo poderia ser desfeito caso não fosse fechado até 15 de junho. "Se a venda não for concluída em breve, não poderá haver garantia de que uma transação substituta possa ser estruturada e finalizada para preservar qualquer aspecto da Chrysler como uma empresa viva", disse a Fiat. A Chrysler, por sua vez, afirmou que "cada dia após o dia 15 de junho" iria "aumentar o risco de que os negócios da empresa não sejam capazes de recomeçar com sucesso". Na segunda-feira à noite, no entanto, o presidente da montadora italiana, Sergio Marchionne, havia afirmado que a Fiat está comprometida com o acordo, mesmo que a suspensão da venda seja estendida até depois do dia 15 de junho. CONCESSIONÁRIAS Também ontem, o juiz do Tribunal de Falências de Manhattan Arthur Gonzalez aprovou o plano da Chrysler para cortar os laços com cerca de um quarto de suas concessionárias, um ponto central do plano da montadora para se tornar viável. O juiz disse que a Chrysler pode seguir adiante com seu plano de fechar 789 de um total de 3,2 mil concessionárias, rejeitando um pedido de centenas de empresários ao redor do país para salvar seus negócios. Ele escreveu em uma ordem emitida no final da tarde que a proposta da Chrysler era "um exercício de raciocínio de negócio saudável" e "apropriado e necessário sob as circunstâncias". A ordem judicial já entrou em vigor ontem, proibindo imediatamente as concessionárias de operarem como revendedoras autorizadas da Chrysler.

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