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Justiça obriga Caixa a indenizar donos de jóias

A Caixa terá de pagar dez vezes o valor de jóias que estavam penhoradas e foram roubadas em 1999. As vítimas reclamam que as jóias não estavam em um cofre, e sim na sala de uma agência. O banco vai recorrer da decisão.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Caixa Econômica Federal em Campinas foi condenada a indenizar 220 clientes que mantinham jóias penhoradas na agência da Avenida Francisco Glicério. Essas jóias foram roubadas em fevereiro de 1999. Na época, a Sasse Seguros restituiu aos proprietários uma vez e meia o valor do penhor. Mesmo assim, a maior parte das 2.500 pessoas que tiveram seus bens roubados entrou na Justiça. No dia 16 de julho, o juiz Valter Antoniassi Macarrone, da 4.ª Vara Cível Federal de Campinas, julgou procedente o pedido de indenização de um grupo de 20 pessoas. Anteontem, a juíza Eliana Borges de Melo Marcelo, da 3.ª Vara Cível, deu ganho de causa a outros 220 clientes. Ela condenou a instituição a reembolsá-los em dez vezes o valor da cautela. Banco vai recorrer de novo O banco informou que recorreu da sentença de julho e vai recorrer novamente. Segundo a advogada Márcia Cardella, que representa 840 clientes, a quantia restituída representa menos de 5% do valor de mercado das jóias. Uma de suas clientes tinha perto de R$ 500 mil em jóias e recebeu só R$ 20 mil. A cliente é uma das favorecidas na sentença. Sua indenização está estimada em R$ 250 mil. O assalto foi em um fim de semana de fevereiro de 1999. Doze homens, vestidos de pedreiros, arrombaram a parede do cofre onde estavam as jóias. O local passava por reformas e os pedreiros foram dominados. Os ladrões levaram perto de 400 quilos de jóias, estimados pelo banco em R$ 3,5 milhões e pela polícia em R$ 8 milhões. Nenhuma jóia foi recuperada e os ladrões não foram identificados. Segundo Márcia, os objetos não estavam em cofre, mas num cômodo de tijolo, na agência da Avenida das Amoreiras. As jóias haviam sido transferidas do cofre da agência da Glicério porque o prédio estava em reformas. "Mas acabaram em um cômodo sem condição de recebê-las, em outro prédio que estava em reformas." Márcia contou que tem cópia de laudo indicando que o local não era adequado para acomodar os objetos. Segundo o superintendente de Negócios da Caixa em Campinas, Odenir Rodrigues Vidal, o valor de uma vez e meia sobre a avaliação está no contrato assinado pelos clientes.

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