19 de outubro de 2010 | 17h56
"A realização de um concurso público, notadamente um de grande porte como o que será realizado pela ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), deve ser feita de forma correta e é preferível suspender o concurso antes dele ser realizado do que posteriormente anulá-lo", afirmou o Juiz Souza Cruz em sua decisão. Em nota, a direção dos Correios disse que já está tomando "todas as providências cabíveis" para garantir a realização das provas no dia 28 de novembro, como previsto.
A suspensão provisória do concurso é mais um capítulo da série de problemas envolvendo os Correios. No início do mês, o governo foi forçado a prorrogar os contratos das franquias da estatal por sete meses para evitar um apagão postal no País e a demissão de 35 mil trabalhadores às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Os Correios também enfrentam uma crise na área de transporte de carga. A empresa Master Top Linhas Aéreas (MTA), contratada pela estatal, não opera desde 27 de setembro. Em grande crise financeira, a MTA está no centro das denúncias que derrubaram Erenice Guerra da Casa Civil da Presidência da República.
Auditoria
Na ação apresentada à Justiça, o Ministério Público afirmou que uma auditoria realizada pelos próprios Correios apontou "preferência não motivada" da direção da estatal para a contratação da Fundação por R$ 26,5 milhões. O nome da Cesgranrio consta da chamada "lista de propina" apreendida pela Polícia Federal nos computadores do ex-chefe do Departamento de Administração dos Correios Maurício Marinho e do ex-assessor executivo da Diretoria de Administração Fernando Godoy. Os fornecedores listados só fechariam contratos com os Correios após o pagamento de propina aos dirigentes da estatal e políticos que os indicaram.
O objetivo do concurso é preencher 6.565 vagas em todo País. Os salários oferecidos vão de R$ 706,48 até R$ 3.108,37. Somente no Estado de São Paulo, os Correios oferecem 1.497 vagas.
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