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Kinea, do Itaú, capta R$ 260 mi em fundo imobiliário

Arrecadação do fundo, que aplicará em edifícios de escritórios no Rio e em São Paulo, foi feita entre os clientes do Itaú Personnalité

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Por Fernando Scheller
Atualização:

O Kinea, braço de investimentos do Itaú, encerrou nesta semana a captação de um fundo imobiliário de R$ 260 milhões para investimentos em edifícios de escritórios e centros de logística. Trata-se do primeiro fundo lastreado em aluguéis - a instituição mantinha opção de investimento em incorporação residencial, com capital de R$ 150 milhões.Mesmo antes do fim da captação, R$ 170 milhões foram aplicados na compra de dois edifícios no Centro do Rio de Janeiro. Os dois prédios têm como clientes a Caixa e Banco do Brasil, embora hoje sejam ocupados pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).De acordo o responsável pela área imobiliária do Kinea, Carlos Martins, a intenção inicial era levantar R$ 350 milhões, mas o valor diminuiu porque as negociações de um imóvel que o fundo tinha em vista não foram adiante. O executivo diz que o objetivo é investir os R$ 90 milhões restantes em São Paulo, em regiões como Faria Lima, Vila Olímpia ou Avenida Paulista.O investimento se justifica pela baixa taxa de vacância de áreas de escritórios em São Paulo e no Rio. Segundo a consultoria Jones Lang LaSalle, o equilíbrio do mercado é de 15% de áreas disponíveis - porém, na Vila Olímpia, os espaços vagos somam 3,4%. "O mercado está do lado do locador", diz Mariana Hanania, da Cushman & Wakefield.Martins diz que o Kinea prioriza o item localização na hora de escolher seus imóveis. Como a intenção é comprar edifícios inteiros, a chance de que o fundo venha a atuar em prédios "AAA"é pequena: neste segmento, o valor de um empreendimento pode passar de R$ 1 bilhão. "Procuramos imóveis bem localizados, com os itens básicos para as empresas", diz Martins.A entrada do banco de investimento do Itaú neste mercado não é casual. O patrimônio líquido dos fundos imobiliários teve forte crescimento este ano, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), somando R$ 7 bilhões ao fim de setembro. No fim de 2009, o valor estava em R$ 5,1 bilhões.Segundo o consultor de investimentos Sérgio Belleza Filho, o BTG Pactual tem sido particularmente agressivo no setor: além de recentemente ter ajudado no desembolso de R$ 680 milhões por uma das torres do Ventura Corporate Tower, no Rio, o banco tem cinco fundos imobiliários de R$ 1 bilhão em análise pela CVM.O consultor afirma que a expansão do setor está relacionada à entrada dos clientes pessoa física no segmento - fruto direto da mudança na legislação que isentou o investimento de imposto de renda. "Bancos como Bradesco e Itaú ainda vão oferecer os fundos nas agências. É uma operação muito fácil de explicar."Para captar R$ 260 milhões, o Kinea recorreu a correntistas do Itaú Personnalité - foram 2,7 mil, que aplicaram um mínimo de R$ 30 mil. Martins, do Kinea, diz que o fundo é perpétuo e a intenção é expandir a captação: "Vamos pulverizar o risco."

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