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Kinross Gold anuncia investimentos de US$ 470 mi em MG

Projeto visa maior aproveitamento, triplicando produção de ouro em Paracatu

Por Agencia Estado
Atualização:

A canadense Kinross Gold Corporation, proprietária da Rio Paracatu Mineração (RPM), anunciou nesta quarta-feira que investirá US$ 470 milhões na expansão da Mina Morro do Ouro, em Paracatu, no noroeste de Minas Gerais. O projeto visa maior aproveitamento da reserva mineral, triplicando a atual capacidade de produção, de 5,8 toneladas para 15 toneladas anuais de ouro. As perspectivas de valorização do preço do mineral no mercado internacional levaram à ampliação dos investimentos. Pela previsão inicial, seriam aplicados US$ 154 milhões e a produção seria elevada para 10,5 toneladas anuais. "Temos a expectativa de valorização significativa do ouro neste ano", disse o presidente da Kinross Brasil, Manoel Carlos Lopes Cerqueira, observando que o mineral segue o comportamento de outras commodities metálicas. Conforme o executivo, a expectativa, este ano, é de uma valorização de 10% do preço do ouro. Ele lembrou que diante da retração do dólar, os investidores costumam recorrer a outras reservas de valor. "O preço do ouro está em alta, principalmente em razão da insegurança mundial em alguns setores e do enfraquecimento do dólar". O plano de expansão garante a continuidade das atividades da RPM e ampliou para mais 30 anos a vida útil da mina, que possui um dos menores teores de ouro do mundo. O teor extraído na Mina Morro do Ouro é de 0,43 gramas por tonelada, enquanto a média em outras minas brasileiras é de cerca de três gramas por tonelada. Reservas De acordo com Cerqueira, desde 2005 a mineradora realiza pesquisas na região e os estudos apontaram viabilidade econômica da exploração. Foram identificadas reservas da ordem de 15 milhões de onças, o equivalente a 450 toneladas. A lavra a céu aberto em Paracatu possui aproximadamente quatro quilômetros quadrados. A previsão é que os trabalhos de expansão sejam concluídos no próximo ano, com a geração de 150 empregos efetivos. De acordo com a RPM, além do incremento potencial da planta já existente, será construída uma nova estrutura de beneficiamento e de hidrometalurgia. Uma nova barragem de contenção de rejeitos poderá ser erguida. A expectativa é que durante a execução das obras sejam gerados dois mil empregos temporários. O projeto, aprovado em agosto do ano passado pelos acionistas, atualmente está em fase de licenciamento ambiental. A Kinross Gold assumiu o controle total da RPM em dezembro de 2004, quando adquiriu os 51% de participação antes pertencentes à Rio Tinto. Antes, os canadenses detinham participação de 49%. Segundo Cerqueira, com o aumento das cotações do ouro no ano passado, o faturamento da Kinross no Brasil cresceu 35% na comparação a 2005, atingindo US$ 100 milhões. Atualmente, as operações brasileiras respondem por 12% da receita do grupo. Em razão do projeto de expansão, a expectativa é de que esta participação possa chegar a 40%. O executivo revelou que a companhia vem desenvolvendo outros projetos menores de exploração de ouro nos municípios de Gurupi (Maranhão), Monte do Carmo (Goiás) e Patrocínio (Pará). Em 2006, de acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o ouro em barra foi o sexto produto da pauta de exportações de Minas Gerais. As vendas externas chegaram a US$ 415,3 milhões (2,66% das exportações do Estado) com remessas de 21,5 toneladas. No ano passado, as exportações brasileiras alcançaram US$ 658,5 milhões.

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