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Kirchner consegue inflação de 9,8% na Argentina

Presidente atinge seu objetivo, com fins eleitoreiros, de manter taxa em um dígito

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente argentino Néstor Kirchner conseguiu atingir seu objetivo de manter a inflação do país em apenas um dígito. Segundo fontes oficiais, a inflação na Argentina foi de 9,8% em 2006. A taxa é levemente superior à prevista pelo governo para o ano, de 9,1% na média, embora tenha ficado 2,5 pontos percentuais abaixo da taxa de 12,3% de 2005. Para deter a escalada inflacionária Kirchner não hesitou em implementar o polêmico congelamento de preços, que iniciou em dezembro de 2005 com os supermercados e rapidamente foi ampliado para vários setores da economia. Kirchner ameaçou empresários com a convocação de boicotes, mobilização de piqueteiros e rigorosas fiscalizações do Fisco. O principal artífice do congelamento foi o Secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno, que - segundo as más línguas - costuma colocar seu revólver em cima da mesa de negociações antes de iniciar as discussões sobre preços com os empresários. A procura desesperada de conseguir 9% de inflação levou o presidente Kirchner ao confronto direto com os produtores agropecuários, furiosos com a fixação de preços de referência para legumes, verduras, frutas e carne. Para forçar uma queda do preço da carne - o fundamental alimento da mesa dos argentinos - Kirchner até limitou drasticamente as exportações do produto. Os empresários agropecuários foram os únicos que enfrentaram Kirchner, contra quem realizaram duas greves do setor. Tendo atingido seu objetivo, Kirchner dá mais um passo rumo às eleições presidenciais em 2007. com EFE

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