PUBLICIDADE

Kirchner defende redução de "assimetrias" no Mercosul

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, defendeu a criação de mecanismos que reduzam as assimetrias dentro do Mercosul. Na avaliação de Kirchner, o bloco deve proporcionar assistência recíproca, "sem ignorar as assimetrias existentes nem prejudicar os setores internos de nossos países, pois isso dificultaria a própria integração". Em nenhum momento de seu discurso durante a 27ª Reunião de Cúpula do Mercosul, nesta sexta-feira, ele pronunciou a palavra "salvaguardas", mas a idéia permeou sua fala. "Devemos ter claro que o importante são os objetivos, não os instrumentos. Eles podem e devem ser corrigidos, e devem ser criados onde não existam". Kirchner ressaltou que os benefícios com o Mercosul "não podem ter uma só direção". A Argentina defende a criação de mecanismos de restrição automática do comércio, para proteger setores sensíveis de sua economia. Quer ainda regras que garantam para todo o bloco uma parcela dos investimentos estrangeiros recebidos por algum dos sócios. Numa referência ao clima de tensão gerado entre Brasil e Argentina às vésperas do encontro de cúpula, Kirchner disse que problemas sempre existirão dentro do bloco. "Tudo indica que quando resolvermos os atuais problemas, surgirão outros", observou. O presidente argentino chamou a atenção de seus colegas para o fato de que a cooperação expressa nas reuniões de presidentes não se reflete nas mesas de negociação que tratam de implementar as decisões. Nelas, disse Kirchner, "parecem primar os problemas locais". Ele disse ainda que o Mercosul, na sua avaliação, obteve resultados "abaixo de seu potencial".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.