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Kirchner vai tirar US$ 2,5 bi do Brasil

Valor é 80% dos investimentos que fundos de pensão argentinos têm no sistema de capitalização brasileiro

Por Ariel Palacios
Atualização:

O governo do presidente Néstor Kirchner deu ontem mais um forte golpe de efeito para a campanha eleitoral. As Administradoras de Fundos de Aposentadorias e Pensão (AFJP) terão de repatriar US$ 2,54 bilhões que estão atualmente investidos no Brasil. A quantia equivale a 80% do total que os fundos têm no sistema de capitalização brasileiro. A medida, embora afete principalmente o Brasil, será aplicada a todos os países do Mercosul. Até agora, os fundos de pensão argentinos podiam investir nos países membros do bloco. A medida força os fundos a investirem mais no país, como quer Kirchner. Com isso, aumenta a liquidez no mercado local, reduz as taxas de juros e reativa o crédito para empresas e consumidores. Nos últimos meses, enquanto Cristina Kirchner faz campanha para as eleições presidenciais - que serão no dia 28 -, Kirchner tem tomado medidas populares entre os argentinos. Informações extra-oficiais divulgadas por integrantes do governo sustentam que os fundos de pensão haviam enviado ao Brasil US$ 400 milhões nos últimos 40 dias. Um comunicado do Ministério da Economia indicou ontem que ''''com essa medida, o governo federal estimula a canalização adicional de recursos das AFJPs para investimentos nacionais, consolida o desenvolvimento do mercado de capitais, do sistema financeiro local e a colocação de fundos destinados ao financiamento de projetos na economia real''''. A decisão do governo será aplicada de forma gradual, reduzindo o teto permitido para investimentos nos países do Mercosul dos atuais 10% para 2%. Até 31 de dezembro, o teto diminuirá para 8%. Na seqüência, baixará para 6% no prazo de 120 dias. Posteriormente, daqui a 240 dias, cairá para 4%. Finalmente, daqui a um ano, será de 2%. Essa redução gradual do teto, afirmam os analistas financeiros, evitará impactos no mercado de câmbio. Os fundos de pensão na Argentina movimentam mais de US$ 30 bilhões, dos quais 11,6% estão aplicados em fundos comuns de investimentos (locais e estrangeiros). Mas, dessa porcentagem, mais de 9% correspondem a fundos no exterior.

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