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Kroll: aumentam as vítimas de fraude empresarial

Por Sonia Racy
Atualização:

Quatro em cada cinco empresas no mundo assistiram ao aumento de fraudes empresariais nos últimos três anos. Algumas com sérias perdas financeiras. Outras, não. Um quinto das empresas teve problemas com furto de informações, conflitos de interesse, ingerência financeira, fraude financeira interna, fraude em suprimentos e problemas com corrupção e propina. Os dados são de uma pesquisa realizada com 900 altos executivos em todo o mundo pela Kroll, em parceria com a Economist Intelligence Unit, do Grupo The Economist, obtida por esta coluna. E o efeito disso nos negócios é devastador, segundo Andrés Antonius, presidente do grupo de serviços de consultoria da Kroll. "Basta uma leve suspeita de fraude para colocar uma empresa sob investigação ou levá-la a apuros financeiros." O custo médio de uma fraude em grandes empresas - aquelas com faturamento anual maior do que US$ 5 bilhões - foi maior do que US$ 20 milhões, segundo revelou a pesquisa. Mas pelo menos uma em cada dez empresas perdeu mais do que US$ 100 milhões. Em alguns setores como saúde, produtos farmacêuticos, biotecnologia, construção, engenharia, infra-estrutura e serviços financeiros, mais de um quinto das empresas relatou perdas maiores do que US$ 1 milhão. A América Latina (45%), seguida pelo Oriente Médio e África do Norte (44%), apresenta o maior aumento de ocorrência de fraudes entre as regiões, embora elas tenham crescido em todo o mundo. Para o diretor-executivo da Kroll no Brasil, Eduardo Gomide, essa liderança da América Latina tem uma explicação: a nova Lei Sarbanes-Oxley obrigou as empresas a prestarem bem mais atenção nesse assunto. Os níveis de corrupção e propina variam muito entre regiões. Se o número de empresas afetadas é muito maior no Oriente Médio e África (39%), o problema também é forte entre as empresas da Europa Oriental. Ali, o porcentual é de 29%, enquanto no resto da Europa ele só chega a 14%. Na América Latina, o problema aparece em 29% das respostas, índice mais que três vezes maior ao da América do Norte (9%). IMPRESSÃO DIGITAL A Sondagem da Indústria do mês de setembro, feita por Aloisio Campelo, da FGV/Rio, veio ontem com um número surpreendente: a utilização da capacidade instalada industrial está em 86,1%, o maior porcentual desde janeiro de 77. Isto é, está batendo recorde de 30 anos. O que não preocupa Josué Gomes da Silva, dirigente do Iedi. "Os indicadores do IBGE mostram claramente que os investimentos estão crescendo mais rapidamente que o consumo. Isso significa que a capacidade instalada, que tem uma defasagem de seis meses, vai crescer e este índice tenderá a cair." Portanto, Gomes da Silva não teme qualquer efeito inflacionário. NA FRENTE NA FLORESTA O governo do Pará está lançando o Navega Pará, maior programa de inclusão digital do Brasil. Serão 1.500 quilômetros de cabos de fibra ótica integrando hospitais, escolas e outros serviços públicos de 13 cidades. Como a infovia vai correr pelas redes da Eletronorte, conseguiram reduzir de R$ 900 milhões para R$ 12 milhões o custo do projeto. PLEITOS O ministro Miguel Jorge, do Desenvolvimento, recebe nesta segunda, em reunião da Câmara da Construção da Fecomércio SP, várias propostas. Entre elas, desburocratização das operações de abertura e fechamento de empresas, ampliação do crédito para material de construção via poupança e crédito consignado. IMAGEM A Companhia Energética do Maranhão, empresa da Equatorial Energia, vai trocar, de graça, geladeiras de 403 famílias carentes de São Luís por modelos mais econômicos. Baseados no dado de que, no Brasil, a taxa de desperdício de energia equivale a 12% ao ano, ou 130 bilhões de kWh até 2015, o que daria para abastecer 61,5 milhões de residências no País. RECONHECIMENTO Jackson Schneider, da Anfavea, foi eleito esta semana, em Washington, membro do Conselho Mundial da Organização Internacional da Indústria Automobilística (Oica). Já não era sem tempo. A indústria automobilística brasileira é a 8ª maior do mundo e o Brasil é o 9° maior mercado de veículos, o 11° exportador e tem a 10ª maior frota automotiva. ORIENTE-SE A Câmara Árabe recebe na quarta-feira uma delegação de 12 jornalistas de Dubai. Iniciativa da Emirates Airlines, que inaugura sua rota Dubai-São Paulo na segunda-feira. RUBIÁCEA Por conta do clima seco no Brasil, os preços internacionais do café seguem em alta. Segundo o Cepea, os contratos de arábica para dezembro, na Bolsa de Mercadorias de Nova York, ultrapassaram esta semana os 130 centavos de dólar por libra-peso. Maior patamar deste ano. TRIMM A Motorola e a Vivo estão lançando um novo aparelho, o RAZR2 V8. Tendo o jogador inglês David Beckham como garoto-propaganda. EFEITO A piora do humor nos mercados externos deu a senha para a Bovespa realizar lucros, ontem. Chegou a cair quase 2%. CURTAS Pelo quarto ano consecutivo, a Nova Schin vai patrocinar o GP Brasil de Fórmula 1, dia 21 de outubro, no Autódromo de Interlagos. Gustavo Dedivitis, da Abipp, comemora o encerramento das investigações de dumping nas importações de árvores e bolinhas de Natal da China. O anúncio foi feito pelo Departamento de Defesa Comercial, do Ministério do Desenvolvimento. Curiosidade dos exportadores brasileiros: como é que a Europa vai exportar com o dólar valendo US$ 1,42 por euro?

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