Das companhias aéreas com operação doméstica no Brasil, a Latam é a mais vulnerável à crise decorrente da pandemia do coronavírus. Cálculos feitos pelo banco UBS indicam que o caixa da empresa deve ficar negativo já no segundo trimestre com a redução dos voos em 70%, corte que a empresa anunciou na última segunda-feira, 16.
Segundo o relatório do UBS, no segundo trimestre, a Latam já necessitaria negociar novas linhas de crédito ou postergar pagamentos. Em entrevista ao Estado publicada na terça-feira, 17, o presidente da empresa no Brasil, Jerome Cadier, afirmou que a sobrevivência das companhias aéreas depende de ajuda do governo federal. O setor aéreo e os ministérios de Infraestrutura e da Economia estão negociando um pacote de socorro.
O exercício feito pelo banco suíço mostra ainda que, com o corte anunciado de também 70% na sua operação, a Gol tem caixa suficiente para chegar ao segundo trimestre de 2021. Caso a redução no número de voos, porém, tenha de ser elevada a 90%, a companhia aguentaria apenas ate o quarto trimestre deste ano.
No caso da Azul, com uma redução de tráfego em 50%, a companhia teria condições de prosseguir até o quarto trimestre de 2021 sem negociar novos financiamentos. Se for obrigada a cortar os voos em 90%, seu caixa ficaria negativo no último trimestre deste ano. Até agora, a empresa anunciou uma contração de capacidade entre 35% e 50% a partir de abril.
Ainda de acordo com o UBS, das companhias da América Latina, a melhor posicionada é a Copa. A companhia panamenha é a única que chegaria ao fim do ano com caixa se os céus fossem completamente fechados. A Avianca, por sua vez, apresenta quase a mesma fragilidade da Latam.