Diante dos sinais de recuperação no setor aéreo, as companhias aéreas Latam e Azul decidiram encerrar o acordo de "codeshare" que haviam firmado em junho do ano passado. A parceria, que permitia que as empresas vendessem passagens para voos da concorrente e ganhassem uma comissão por isso, será encerrada em 22 de agosto.
Segundo o presidente da Latam no Brasil, Jerome Cadier, o acordo não correspondeu às expectativas. A ideia era que ele ajudasse as empresas a encherem seus voos, dado que havia a possibilidade de o passageiro realizar um trecho da viagem com uma das companhia e o outro com a concorrente. Hoje, porém, menos de 2% dos passageiros transportados pela Latam compram suas passagens com a Azul, diz Cadier. “Esperávamos um crescimento, mas, o tempo foi passando, e vimos que essa alta não veio na proporção esperada.”
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Latam também pretende aumentar sua oferta nos próximos meses, respondendo ao aumento da demanda, o que tornaria a parceria com a Azul ainda menos relevante.
Segundo Cadier, a empresa pretende contratar 750 tripulantes até dezembro – no ano passado, 2.700 foram demitidos –, ampliar a frota de cargueiros de 11 para 21 aeronaves e receber mais sete aviões para o transporte doméstico de passageiros.
Apesar de março e abril terem sido meses difíceis para o setor, a Latam percebeu uma melhora em maio e projeta estar operando com 90% da capacidade em dezembro, na comparação com o mesmo mês de 2019. No mês passado, a aérea operou com 38% e, agora, está com 49%.
Entre os sinais de recuperação, a companhia também percebeu uma queda no número de passageiros que compram passagem mas não aparecem para viajar. Há 45 dias, eles correspondiam a 14% do total. Hoje, esse número está em 6% e a média anterior à pandemia era de 5%.
A Azul ainda não se pronunciou sobre o assunto.