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Lavagna joga sua última cartada com o FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Economia, Roberto Lavagana, joga sua última cartada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) ao recusar algumas exigências feitas pelo organismo para assinar o acordo com a Argentina. Dentre as inúmeras correções feitas pelo Ministério de Economia ao rascunho da carta de intenções, enviada ontem à noite ao FMI, pelo menos sete deverão ser pontos de conflitos entre as duas partes. Lavagna não aceita, por exemplo, o forte ajuste fiscal para obter o superávit primário de 2,5% do PIB. Para ele, o superávit não será superior a 2,0% do PIB e as províncias também "não podem realizar mais ajustes". O ministro rejeita ainda o aumento sugerido das tarifas públicas da ordem de 20% e quer que os reajustes sejam "muito menores". Outro pedido do FMI que foi riscado da lista de exigências foi o de aumentos de impostos para garantir o pagamento da dívida. Roberto Lavagna considera que qualquer novo aumento tributário poderá "arruinar o início da reativação econômica". O FMI quer que o resgate das moedas paralelas, os títulos públicos provinciais utilizados para financiar as províncias, sejam resgatados dentro de um prazo de um ano e que os impostos não possam ser pagos com estes papéis. Porém, o ministro de Economia argumenta que não há forma de resgatar todas moedas num curto espaço de tempo, devido à falta de dinheiro vivo e à ausência de financiamento para as províncias. E, também considera que os impostos podem ser pagos com estes papéis, já que servem de moeda corrente em todo o país, visto que grande parte dos funcionários públicos recebem seus salários com bônus. Por último, o FMI exige uma medida eficaz para conter a saída de depósitos através dos amparos judiciais. No entanto, Lavagna pensa que o sistema deve permanecer igual, visto que a saída de depósitos tem reduzido-se substanciamente, e que no lugar do controle jurídico, deve-se dar alternativas aos depositantes. Dentre estas alternativas, o ministro enumera os bônus que são trocados pelos depósitos. O grande "x" da questão é saber agora, qual será a posição do FMI após tantos reparos feitos pelo ministro ao documento elaborado conjuntamente pelos técnicos do organismo e da equipe econômica, durante as duas últimas semanas. O mercado já conta com a assinatura do acordo e reflete isso no câmbio, cada vez mais estável e em queda. O governo também conta com o acordo dentro de 20 dias. Porém, resta ver qual será a posição do FMI diante de tantos "nãos" de Roberto Lavagna.

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