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Lavagna luta contra o aumento de combustíveis

Por Agencia Estado
Atualização:

Enquanto as companhias petroleiras e analistas financeiros de todo o mundo discutem e calculam o que ocorrerá com os preços do petróleo diante da possível guerra no Iraque, o ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, trava uma dura batalha com as empresas do país para evitar um aumento dos combustíveis. O pacto entre o governo e as petroleiras que congelava os preços terminou ontem. O ministro ameaçou com o aumento das retenções (impostos) da renda extraordinária das empresas petroleiras se repassarem ao mercado interno o aumento que registrou o petróleo nos mercados internacionais pelo efeito da crise no Iraque. A ameaça deu resultado até a próxima segunda-feira, quando as petroleiras esperam receber alguma proposta do governo, baseada nas declarações do chefe de Gabinete da Presidência, Alfredo Atanasof, de que "haverá em breve novas sugetões, novas idéias para estudar e também para resolver". As petroleiras propõem manter estável o preço dos combustíveis em troca de uma redução das retenções (impostos) que, atualmente, são de 20% às exportações, quando o barril superar os 36 dólares. O vice-presidente de Exploração e Produção da Repsol YPF, Miguel Angel Remón Gil, afirmou que a negociação estava praticamente concluída. Porém, o ministro de Economia disse ontem à noite que vai reter toda a renda que as empresas obtiverem acima de uma valor de 30 dólares por barril, se aumentarem os preços. O ministro argumenta que o país está numa situação difícil, com inúmeras prioridades e não pode suportar mais aumentos de combustíveis que teriam efeitos em cascata. Segundo Lavagna, os combustíveis subiram, desde dezembro de 2001, quando a crise atingiu seu ponto culminante, "muito mais que os demais produtos". No entanto, as empresas mostram outros números dizendo que "a desvalorização foi de 260% e o aumento dos preços somente de 80%". O conflito entre o governo e as petroleiras deverá acirrar-se na próxima semana e quem poderá levar a pior será o consumidor argentino.

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