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Lavagna sugere aliviar pauta de Doha

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Economia da Argentina, Roberto Lavagna, ao abrir o seminário "Como impulsionar as negociações Mercosul-UE", hoje em Paris, afirmou que os países em desenvolvimento já se posicionaram claramente que nenhuma negociação avançará, nem a biregional (Mercosul-UE), nem a Rodada de Doha, dentro da OMC, se os países ricos não forem mais decididos na abertura de mercado agrícola. Lavagna reforçou que Cancún - a reunião ministerial do começo de setembro, dentro do processo das negociações multilateriais - serviu para que os países em desenvolvimento se posicionassem de forma clara, mostrando que "o limite (dos países em desenvolvimento) já está sobre a mesa e se os países ricos querem que esta seja a Rodada do Desenvolvimento devem mudar de postura". Na opinião de Lavagna, como estratégia para facilitar o andamento dos trabalhos em Genebra, deve-se aliviar a agenda de Doha dos chamados assuntos de Singapura (comércio e investimento, comércio e concorrência e compras governamentais) e da batalha européia por indicação geográfica, "todos os novos temas que estão exigindo muito esforço, deslocando energias dos temas tradicionais". O ministro esclareceu que isto não significa que esses temas não sejam discutidos, "mas a indicação geográfica, por exemplo, poderia seguir seu curso nas negociações biregionais", completou. Segundo Lavagna, vários fatores contribuíram para o fracasso de Cancún "sem ter tido nenhum culpado, como muitos querem atribuir", em referência às críticas do secretário de comérco norte-amerciano, Robert Zoellick, de que a culpa pela derrota teria sido dos países em desenvolvimento. Dentro de alguns exemplos mencionados, o ministro coloca em primeiro lugar os Estados Unidos e a posição da União Européia, "com sua reforma da Política Agrícola Comum (PAC), que não atende os produtos de maior interesse dos países do Mercosul". Entre os outros responsáveis, de acordo com Lavagna, estão os países ACP (África-Caribe-Pacífico), ex-colônias européias, que endureceram o jogo sobre os temas de Singapura. O seminário está acontecendo durante todo o dia de hoje, reunindo mais de 100 especialistas em comércio exterior, promovido pelo professor Alfredo Valladão, da cátedra Mercosul do Instituto de Estudos Políticos de Paris. O ministro Lavagna retirou-se imediatamente após a abertura.

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